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Metalúrgicos da Volkswagwen podem entrar em férias coletivas
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
24/05/2016 | 07:27
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A Volkswagen informou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que poderá conceder férias coletivas aos seus trabalhadores. O aviso foi emitido no dia 6 e tem validade por 20 dias, ou seja, ainda nesta semana a montadora deverá se pronunciar para dizer se acionará o mecanismo ou se não será necessário.

De acordo com a entidade, as férias coletivas seriam concedidas por motivo de queda na produção. Entretanto, conforme trabalhadores relataram ao Diário, o afastamento não ocorreria devido à crise na economia, que retrai as vendas de veículos – em 27,9% no primeiro quadrimestre do ano, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) –, nem por parada técnica.

“O motivo real dessas férias coletivas é o problema com os fornecedores, principalmente a Keiper. Se não chegarem a um acordo financeiro, a Volkswagen não utilizará mais a estrutura metálica da fabricante de bancos, e montará o ferramental dentro da planta Anchieta, para passar a produzir o item”, afirma um dos profissionais, que pediu para não ser identificado. “Com isso, a Volks terá que parar sua produção por, no mínimo, 30 dias, para que o maquinário seja instalado na empresa.”

De acordo com outro trabalhador, caso não haja acordo, as férias coletivas seriam divididas em: 19 dias para 1.500 funcionários; 20 dias para 1.700 e 29 dias para 780.

Desde sexta-feira, porém, após quase uma semana sem receber os bancos automotivos da Keiper, que tem planta em Mauá, a produção foi retomada, a partir da entrega dos itens na quantidade acordada. Isso porque, na quarta, dia 18, após ser acionada na Justiça, a empresa entregou, conforme a Volks, “quantidade ínfima para abastecer as linhas”. A reação se deu depois que o juiz Mauricio Tini Garcia, da 2ª Vara Cível de São Bernardo, expediu, na segunda, liminar determinando que as companhias do grupo normalizassem o fornecimento dos materiais em até 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 500 mil em caso de descumprimento, chegando ao limite de R$ 5 milhões.

A montadora informou que a irregularidade no envio dos materiais fez com que, desde março de 2015, fossem contabilizados 56 dias perdidos de produção, o que equivale a 35 mil unidades que deixaram de sair das linhas de montagem.

Procuradas, a Volkswagen disse que não iria se manifestar sobre o assunto e nenhum porta-voz da Keiper foi localizado até o fechamento desta edição.  




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