Até onde vai sua paixão pelo seu time de futebol? A do torcedor Thiago Henrique Ferraz, 21 anos, está separada por 2.178 quilômetros, que é justamente a distância de Santo André, onde está seu clube de coração, o Ramalhão, e Petrolina, no Ceará, onde mora. Isolado, ele sofre e vibra com o time que aprendeu a amar na adolescência, quando viveu no Grande ABC.

A história de Thiago com o Santo André começou na Série A-2 de 2008. Quando tinha 13 anos, morava na cidade e foi pela primeira vez ao Bruno Daniel. Gostou e voltou nos dois jogos seguintes, quando se apaixonou. “Ganhei camisa da Tuda (Torcida Uniformizada Dragão Andreense) e não perdia um jogo sequer”, lembra Thiago.

A vontade de ver o time jogar fez ele virar a casaca. Corintiano desde pequeno, de repente ele se viu na torcida do Santo André em duelo contra o time do Parque São Jorge. “A cada jogo o meu amor pelo Ramalhão aumentava, era algo inexplicável e muito diferente de ver pela televisão. Defendia as cores do time da minha cidade”, conta.

Thiago teve de mudar para Petrolina, mas nunca esqueceu o Santo André. Tentava acompanhar o time como podia e vibrou com a evolução no fim dos anos 2000, quando chegou à Primeira Divisão tanto do Brasileiro como do Paulista e tinha jogos transmitidos pela televisão. “Foi difícil acompanhar a trajetória do Ramalhão após vir para Petrolina. Me virava com os jogos pela televisão, sempre busco me manter informado, tenho amigos nas torcidas que me mandam materiais. Tenho camisas, boné, faixas...”, contabiliza.

Em 2011 ele voltou de férias para Santo André e pôde acompanhar três jogos do Ramalhão, mas de cima do muro, literalmente, já que por problemas no Bruno Daniel os jogos foram realizados com portões fechados. “Essa foi minha última lembrança do meu clube”, lamenta.

Ligado na Série A-2, ele vibrou ao saber que os dois jogos contra o São Caetano, pelas quartas de final, serão transmitidas pelo SporTV. “Estarei na torcida. Vai dar tudo certo”, aposta.