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Mensagem no WhatsApp salva casal de roubo em casa
Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
07/01/2015 | 07:00
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O envio de mensagem instantânea pelo aplicativo WhatsApp foi a ferramenta encontrada por uma moradora de Santo André para pedir socorro durante assalto em sua casa, no Jardim Nevada. Três homens e um adolescente de 15 anos invadiram na noite de segunda-feira a residência, onde ela mora com o marido. O assalto ocorreu na Rua Lavapés.

De acordo com a Polícia Civil, a mulher aguardava o companheiro, que é mecânico, chegar do trabalho. O portão da garagem estava aberto. O rapaz estava em uma motocicleta e, quando ia entrar no imóvel, o adolescente se aproximou com uma arma de fogo e anunciou o roubo.

O menor de idade orientou que eles não fizessem barulho e não deixassem o cachorro latir. Mais três homens armados entraram na casa, sendo que um deles fugiu na motocicleta do mecânico.

Enquanto as vítimas eram mantidas na cozinha, os três assaltantes reuniam os pertences da casa e os colocavam no carro da família. Nesse momento, a mulher mandou mensagem via WhatsApp, para um grupo de familiares, dizendo que estava sendo assaltada. Os policiais militares chegaram ao local 15 minutos depois. Ao perceberem a presença da PM, os três fugiram pelo telhado das casas vizinhas, enquanto o casal saiu pelo portão. Os policiais relatam que foram recebidos a tiros pelos ladrões.

Os agentes solicitaram apoio ao Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) e tiveram de entrar em casas vizinhas para chegar aos criminosos. Dois assaltantes caíram na varanda da residência dos fundos. O socorro foi acionado, mas Anderson Luciano dos Santos, 21 anos, e Wellington Nascimento da Silva, 18, morreram no local.

Por volta das 6h de ontem, a Polícia Militar recebeu outro chamado na Rua Manitoba. O proprietário relatou ter ouvido barulhos no telhado. Lá, foi localizado o menor de idade, que foi reconhecido e, depois, apreendido. O outro envolvido continua foragido.

A polícia localizou uma réplica de uma arma de fogo e uma pistola calibre 38 com um cartucho intacto e dois vazios, ambas utilizadas pelos suspeitos. A ocorrência foi registrada no 2º DP (Camilópolis).

A equipe do Diário foi até o local na tarde de ontem, e constatou que as vítimas não estavam em casa. Três vizinhos arrumavam os telhados danificados.

Um morador que preferiu não se identificar relatou que a rua é tranquila. “Eu moro aqui há dez anos e foi a primeira vez que aconteceu algo assim. Eu só sei que acordei à noite com o barulho de tiros.”

Outro, que mora na região há cerca de dois anos, concordou. “É muito sossegado mesmo, a gente até se espantou com a movimentação de ontem”, disse.


Especialista alerta para risco durante ação dos bandidos

Ao mandar mensagem para um grupo de familiares, a vítima do assalto em Santo André impediu que os ladrões levassem todos os pertences do casal. Porém, de acordo com o especialista em segurança pública e privada Jorge Lordello, ela correu alto risco.

“Se você tiver uma chance de fazer isso e o marginal perceber, ele vai ficar muito mais agressivo, podendo até atirar. É diferente de outra situação, como no caso de a pessoa estar trancada no banheiro, percebendo que o familiar foi rendido. Tudo isso precisa ser ponderado, já que depois que a vítima é dominada, há um grande risco em acionar alguém.”

Segundo Lordello, já existem aplicativos direcionados a situações de perigo, que enviam mensagem a um contato que o usuário deixa salvo no celular. “Funciona como um botão de pânico, que você pode sinalizar o perigo, sendo que tem um ícone na área de trabalho que basta ser acionado. Eu conheço pessoas que têm esse aplicativo, já usaram e deu certo. Nesses casos a tecnologia te ajuda sem precisar correr maiores riscos”, disse.

O casal possui um cachorro, o que não impediu a ação dos quatro assaltantes. O especialista afirmou que um cão de guarda não protege a casa contra roubos, a não ser que seja devidamente treinado para isso.

“Cachorro não substitui alarme. O que existem são animais treinados por profissionais de adestramento especificamente para garantir a segurança da casa. Agora, se o animal não tem treinamento, ele funciona como um atrativo, já que vêm sendo cada vez mais comuns os casos de roubos de bichos”, afirmou. 




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