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Histórias de um ícone da pornochanchada
Por Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
11/02/2010 | 07:00
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A vida do ator, produtor e diretor Carlo Mossy, 63 anos, renderia um belo roteiro cinematográfico. Nascido em Tel Aviv quando ainda era território palestino, se mudou para o Brasil ainda bebê. Aos 17, já morador do Rio, salvou um marchand francês de se afogar no mar. Em agradecimento, o homem, que na verdade negociava quadros falsos, resolveu financiar os estudos de artes do rapaz, na Europa e nos Estados Unidos. Apesar de todo refinamento a que foi exposto, Mossy tornou-se mesmo um dos ícones das pornochanchadas, gênero que misturava comédia pastelão a um nem sempre elaborado pano de fundo erótico e que encontrou seu auge nos anos 1970. Orgulhoso de seu cinema popular, ele é tema de ciclo em cartaz neste mês no Sesc Santo André.

"Cinema tem de ter retorno. Optei por fazer dinheiro e fiz, sem me esquecer da cultura do bem-estar. O brasileiro precisa se divertir e hoje os produtores não sabem fazer varejo", defendeu durante workshop realizado na unidade na terça. "Se eu Fosse Você e Os Normais são pornochanchadas. Por isso fizeram tanto sucesso", compara.

A carreira foi profícua - foram 40 filmes em pouco mais de 45 anos. Entre os que produziu, títulos sempre presentes no Canal Brasil: Como É Boa Nossa Empregada e Giselle, o que mais deu retorno em termos de público.

Mossy admitiu o talento da maior parte dos cineastas na ativa, mas criticou um suposto "monopólio obscurantista". "Pegam dinheiro de edital público e fazem filmes pouco acessíveis. Nem um título atrativo se preocupam em colocar, porque o filme já está pago."

Mossy - Um Eterno Conquistador Mostra de cinema. Dia 23, às 20h: Com as Calças na Mão. Dia 24, às 20h: Giselle. No Sesc Santo André - Rua Tamarutaca, 302. Tel.: 4469-1200. Entrada franca.




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