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Ônibus mata dona
de casa na rodoviária

Vítima era de Sto.André; marido e funcionários
também ficam feridos em acidente na Capital

Cadu Proieti e Rafael Ribeiro
do Diário do Grande ABC
18/02/2014 | 07:00
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Edu Silva/AE


 Moradora do bairro Campestre, em Santo André, a dona de casa Shirlei Aparecida Ângelo Mendes, 48 anos, morreu na noite de domingo após ser atropelada por um ônibus no Terminal Rodoviário do Tietê, na Zona Norte da Capital. O motorista do veículo teria errado ao engatar a marcha do veículo, que atingiu uma das plataformas de embarque.

Shirlei estava com o marido, o mecânico Dionísio Rodrigues Mendes, 50, despedindo-se do filho mais velho, Felipe Mendes, 25, que mora em Curitiba, quando o motorista Paulo Sérgio da Silva, 57, os atropelou. Eles estavam acompanhados da namorada de Felipe.

Shirlei não resistiu aos ferimentos e morreu no local, enquanto o marido foi levado à Santa Casa da Capital, onde permaneceu durante toda a noite. Ele já recebeu alta, mas, por tempo indeterminado, dependerá de cadeira de rodas para se locomover. Outros três funcionários da Viação Itapemirim, dona do veículo, ficaram feridos. A dona de casa foi velada no Cemitério Cristo Redentor, na Vila Pires, e será sepultada hoje, às 9h30.

Abalados, os familiares da vítima não quiseram falar sobre o ocorrido. Amigos comentaram que o momento era de alegria na casa. Enquanto o primogênito completa um mês no novo emprego na capital paranaense, o caçula, de 18, é calouro de Engenharia na USP (Universidade de São Paulo).

 “Era o momento mais feliz da vida dela”, disse Marcelo Barduco, 49 anos, amigo de Shirlei. “Ela era uma mulher incrível, cuidava dos filhos, do marido e da mãe. Todos estamos inconformados.”

Segundo o relato das vítimas, a família aguardava a chegada do coletivo até Curitiba em uma plataforma vizinha à atingida pelo veículo, que seguiria viagem rumo ao Rio de Janeiro. No momento do acidente, Shirlei ainda teve tempo de empurrar a nora para evitar que ela também fosse atingida.

Apesar da gravidade do fato e de a Polícia Civil deixar o motorista preso, familiares e amigos da dona de casa não o responsabilizam pela morte. Ele foi autuado por homicídio culposo e lesão corporal culposa (leia ao lado). “Eles não estão culpando ninguém. O próprio Dionísio me disse que está solidário ao motorista e entende que foi um acidente. Ele falou que só fez BO (Boletim de Ocorrência) porque foi obrigado e, se pudesse, faria algo para que ele não fosse punido”, disse Barduco.

Experiente, motorista admite falha

Após ser detido, o motorista da Viação Itapemirim Paulo Sérgio da Silva, 57 anos, disse, em depoimento ao delegado Antônio de Pádua de Souza – titular do 20º Distrito Policial (Água Fria), onde o caso foi registrado –, que perdeu o controle do ônibus ao errar a mudança de marcha, assumindo, assim, o erro.

 “O veículo é automático, eletrônico. Ele foi acelerar e o ônibus arrancou de repente”, afirmou o delegado responsável pelas investigações.

Segundo Souza, o condutor estava manobrando porque o espaço entre o primeiro degrau do coletivo e a guia era muito grande. “(Silva) é um motorista com 37 anos de profissão e que nunca se envolveu em acidente de trânsito”, disse Souza. O condutor está próximo da aposentadoria.

O motorista foi preso em flagrante. O caso foi registrado como homicídio culposo (quando não há intenção de matar) na direção de veículo automotor e lesão corporal culposa. Até as 18h de ontem, o condutor permanecia preso, mas seu advogado já pleiteava seu pedido de soltura na Justiça. A Viação Itapemirim não se manifestou até o fechamento desta edição. (das agências)




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