Política Titulo Santo André
Apesar de racha, governistas dominam comissões da Casa

Em protesto, nove oposicionistas se retiraram do plenário para não votar lista das composições

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
05/02/2014 | 00:11
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Montagem/DGABC


Mesmo com rebelião da bancada oposicionista, que respingou até na base de sustentação, os vereadores governistas de Santo André dominaram seis das sete comissões permanentes do Legislativo, ontem. A reunião para escolha das novas composições, feita na primeira sessão pós-recesso, durou duas horas, o que não destravou a discussão e acalorou a relação na Câmara. Sem consenso na proposta, nove parlamentares contrários à lista apresentada no encontro se retiraram do plenário em protesto.

O presidente da Casa, Donizeti Pereira (PV), e os vereadores Almir Cicote (PSB), Edson Sardano, Luiz Zacarias e Roberto Rautenberg, trio do PTB, Evilásio Santana, o Bahia (DEM), Sargento Lobo e Ailton Lima, dupla do Solidariedade, e a governista Elian Santana (Pros) mostraram descontentamento ao que chamaram de falta de diálogo do governo Carlos Grana (PT). Diante do impasse e ausência do dirigente da Câmara, 12 situacionistas reabriram a sessão e, como tinham maioria para votação, elegeram por acordo os nomes dos integrantes das comissões.

Visados, os dois órgãos mais importantes, Justiça e Redação, que deve ser presidido por Luiz Alberto (PT), e Finanças e Orçamento, tendendo a ser encabeçada por Toninho de Jesus (Solidariedade), ficaram completamente compostas por governistas. As comissões são grupos técnicos criados pelo regimento interno da Casa com o objetivo de dar pareceres às propostas protocoladas no Legislativo.

Com menor relevância, apenas a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos tem maioria da oposição, na qual Rautenberg e Cicote fazem parte. O grupo contrário pleiteou pelas manutenções de Zacarias na comissão de Justiça e Cicote na de Finanças. “Entendemos que deveríamos seguir a proporcionalidade dos partidos. Não houve concordância. No ano passado eles fizeram da mesma maneira. Agora a situação foi inversa”, alegou o novo líder do governo, José de Araújo (PMDB).

O peemedebista se referiu à eleição anterior das comissões, no dia 1º de janeiro de 2013, quando os governistas foram deixados de fora dos grupos de maior poder e compuseram, somente como integrantes, das inferiores. À ocasião, o bloco de oposição, que era mantido por 12 vereadores, protagonizou a manobra política. Um ano depois foi a vez de a ala que apoia a gestão Grana dar o troco. Nos bastidores, a postura foi denominada de revanche.

Apoiado pelos demais insatisfeitos, Donizeti convocou coletiva e responsabilizou a administração do PT por imposição dos integrantes. “O governo (Grana) não precisava entrar nessa briga desnecessária. Em 2013, mesmo com as comissões à revelia (do Paço) foi ano em que o prefeito não teve problema com a Câmara. Aprovaram 70 projetos, contando com a benevolência da Casa.”

Grana negou veementemente interferência na discussão, justificando que respeita “a autonomia do Poder Legislativo”. Segundo o prefeito, o governo sequer enviou representantes à sessão para evitar conotação de envolvimento no assunto. “Era disputa interna que não me diz respeito. Não houve veto a parlamentares. Essa decisão compete somente à Casa. Contesto tese de qualquer vereador que queira imputar isso ao Executivo.”
 




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