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CPI dos Correios adia para semana que vem convocação de Bastos
15/02/2006 | 00:01
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A oito meses das eleições, a disputa política entre o PT e o PSDB na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Correios fica a cada dia que passa mais acirrada e obrigou nesta terça a cúpula da comissão a adiar para a próxima semana uma reunião administrativa que deveria votar requerimento com a convocação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. A convocação de Bastos é uma reivindicação dos partidos de oposição e uma resposta ao depoimento marcado para esta quarta do ex-diretor de Engenharia da empresa Furnas Centrais Elétricas Dimas Toledo.

Além de Toledo, o PT quer marcar o depoimento do suposto lobista mineiro Nilton Monteiro, que teria entregue à PF (Polícia Federal) a lista com o nome de 156 políticos, principalmente do PSDB e do PFL, que teriam recebido recursos de caixa dois na campanha de 2002. Essa lista foi supostamente feita pelo ex-diretor de Furnas. O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), tentou negociar com a oposição o depoimento ainda esta semana do lobista. Mas foi malsucedido.

"Sou abertamente contra a vinda do Nilton Monteiro. É um sujeito que tem um histórico de produção de listas falsas", argumentou o secretário-geral do PSDB, deputado Eduardo Paes (RJ). "A reunião ia se transformar numa briga de traz ministro da Justiça, traz Nilton Monteiro. Ia ser uma discussão estéril e, por isso, adiamos a sessão para votar requerimentos para a terça-feira que vem", explicou o relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).

"Se houvesse reunião administrativa haveria um bate-boca e ninguém chegaria a um consenso", observou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). "Estamos fazendo uma análise detalhada dos requerimentos e vamos avaliar a necessidade de depoimento de Nilton Monteiro depois do depoimento do Dimas Toledo", afirmou Amaral.

Os integrantes da CPI apostam que depoimento Toledo nesta quarta na CPI deverá servir de palco para disputa entre o PT e o PSDB na corrida presidencial. No centro da polêmica, a discussão sobre autenticidade de lista, supostamente assinada por Toledo, com o nome de 156 tucanos e pefelistas que teriam tido as campanhas financiadas por recursos de caixa dois.

"Está se aproximando a campanha presidencial e é evidente a contenda entre PT e PSDB. Essa lista pode colocar um partido em uma situação diferenciada. Hoje o PSDB está sob essa dúvida e quer afastá-la. Agora essa lista pode ser um balão de ensaio e temos de dar validade comedida a ela", argumentou Serraglio.




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