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Asilos ampliam cuidados para proteger residentes

Idosos fazem parte de grupo de risco do novo coronavírus e letalidade pode chegar a 15% em pessoas acima dos 80 anos

Milene Tavares
Especial para o Diário
18/03/2020 | 00:01
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DGABC


Os idosos fazem parte do grupo de risco da Covid-19 e para eles a complexidade que trazem os casos da doença são maiores. A taxa de letalidade do vírus para pacientes na faixa de 60 a 69 anos é de 3,6%, entre 70 e 79 anos, de 8%, já cima dos 80, chega a 15%, segundo o CCDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China). Nas casas de repousos a atenção deve ser redobrada, pois o risco de infecção pode ser alto se não houver cuidados necessários. Visita de familiar ou funcionário infectado pode causar surto grave e a fiscalização com higiene deve ser altamente qualificada.

A Clínica de Repouso Sol da Tarde, no bairro Jardim Bela Vista, em Santo André, possuí 38 residentes, todos acima de 60 anos, e desde a disseminação do vírus o proprietário Mauricio Cabrera, 53 anos, mudou hábitos na rotina dos idosos e dos funcionários da clínica. “Nós estamos trabalhando com produtos para a desinfecção de todos os móveis e utensílios, todos os funcionários devem usar máscaras e luvas e fazer toda a rotina de lavagem extensiva de mãos, lavagem dos olhos e do rosto. Nós pedimos para que lavem as narinas também e façam a troca de máscara, além de conscientizar os familiares de que as visitas, que são de livre demanda, sejam reduzidas neste momento. Em prol dos pacientes, é melhor que eles fiquem mais isolados”, explica.

Cabrera explica que não se trata de proibição das visitas. “Quanto menos é mais, quanto menos contato é melhor agora, até que isso diminua. Se não vai ficar situação difícil”, constata o empresário, que está no ramo há 20 anos, há quatro abriu a clínica e nunca havia passado por situação “caótica como esta”. 

Todas as pessoas que chegam na clínica, inclusive a equipe do Diário, são recebidas com álcool gel no portão e, logo em seguida, são obrigadas a colocar máscara, disponibilizada por eles também. Os objetos que são levados pelos familiares passam, sem exceção, por limpeza antes de serem levados ao residente.

Em São Caetano, no bairro Barcelona, o Grupo Luz, além das orientações de higiene que já faziam parte da rotina, foram intensificados diálogos sobre o assunto, levando o compartilhamento de informações que reforçam a importância de seguir as medidas orientadas pela área saúde, tanto para residentes quanto para funcionários. O grupo contém 26 idosos, entre 75 e 100 anos. 

Greice Aparecida de Araújo Santos, 40, assistente social do local há dois anos, restringe visitas aos residentes. “Cada um deve avaliar a necessidade de vir até a instituição. A visita entra pelo jardim e passa no vestiário dos funcionários para se higienizar. As pessoas que nos últimos dez dias tiveram sintomas de febre, tosse seca e dificuldade de respirar estão proibidas de entrar. A saída dos idosos residentes só pode ser realizada em caso imprescindível e ao redor deve seguir protocolo de higienização”, explica Greice.

As visitas institucionais, triagens para admissão e filas de espera por vagas foram suspensas. A profissional que passa exercícios físicos para os idosos optou pela quarentena voluntária, pausando as atividades, mas a nutricionista do grupo continua à frente do cardápio para que os residentes não sintam diferença na alimentação.




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