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Paz no trânsito

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o trânsito é responsável pela morte de 1,2 milhão de pessoas e o estudo divulgado

Por Cristina Baddini
18/06/2010 | 00:00
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Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o trânsito é responsável pela morte de 1,2 milhão de pessoas e o estudo divulgado pela agência, que é ligada à ONU (Organização das Nações Unidas). Mais de 90% das mortes ocorrem em nações em desenvolvimento. Nos países mais pobres, 80% das mortes no trânsito são de usuários vulneráveis, ou seja, de pessoas que não estão nos carros. Os acidentes de trânsito provocam a morte de mais de três mil pessoas por dia e custam ao mundo US$ 65 bilhões anuais.

A ONU declarou que de 2011 a 2020 priorizará a segurança do trânsito, cujo objetivo é diminuir em 50% o índice de mortes já nesta década, o que deve salvar quase cinco milhões de vidas.

O Brasil
O país registra anualmente 1,5 milhão de acidentes. Quatrocentas mil pessoas por ano são feridas. Essa quantidade de acidentes resulta na morte de mais de 35 mil pessoas/ano. Aproximadamente 7,5 milhões de pessoas se envolvem de alguma forma em acidentes de trânsito no período de um ano; 12,3% da população é dependente de álcool, e, considerando-se a faixa etária de 18 a 24 anos, 19% são dependentes. Essa combinação entre o álcool, o volante e a faixa etária é altamente mortal: 30% das mortes no trânsito estão relacionadas ao álcool.

Pelo mundo
Exemplos de redução de acidentes não faltam. O Japão foi de uma taxa de 22 mortes no trânsito para cada 100 mil habitantes, nos anos de 1960, para cinco mortes, 20 anos depois. A Espanha conseguiu controlar uma escalada vertiginosa das mortes em acidentes nos anos de 1990 depois que transformou sua DGT (Direção-Geral de Tráfego) de um mero emissor de licenças num órgão para o combate à violência no trânsito. O DGT é famoso por suas campanhas agressivas e derrubou para menos da metade o número de mortos - de 9.000 para 3.500.
Uma medida interessante que vem sendo adotada nos Estados Unidos é um bafômetro dentro do veículo que impede a partida do carro quando se constata excesso de álcool. Constitui um tipo de "nariz eletrônico": "cheirou" álcool, o carro não funciona. No estado do Novo México, essa medida já reduziu em 11% o número de acidentes envolvendo motoristas embriagados.

OMS
A Organização Mundial de Saúde diz que há cinco passos básicos para reduzir a mortalidade no trânsito:
1 - Criação de uma agência governamental única para tratar especificamente da violência no trânsito. Centralizar as ações melhora a gestão;
2 - Adoção de padrões rigorosos de segurança dos veículos, que devem ser fiscalizados também rigorosamente pelos governos;
3 - Investimento em infraestrutura, tanto de vias de trânsito quanto de hospitais;
4 - Mudança de comportamento da população (redução de velocidade, fim da mistura álcool e direção, eliminação da falta de capacete, uso do cinto de segurança e de equipamentos de segurança para crianças);
5 - Melhor atendimento de socorro após o acidente, para evitar que erros compliquem os traumas causados pela colisão.
Enfim, é opinião unânime que, para erradicar a violência no trânsito é preciso uma mudança cultural. Democratizar o uso do espaço urbano atualmente exige das autoridades uma nova postura, uma atitude mais firme em defesa da vida e do meio ambiente. Espero uma política pública que atenda os interesses do coletivo preservando a vida de todos que circulam no país.




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