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Política cambial oscilou conforme combate à inflação
Adriana Mompean
Do Diário do Grande ABC
08/05/2005 | 14:25
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Após a criação do Plano Real, em 1994, a política cambial oscilou conforme a estratégia adotada para controle inflacionário. Entre julho de 1994 até dezembro de 1998, a moeda nacional foi sobrevalorizada para comprimir a inflação no país, destaca Sandro Maskio, economista e professor da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo).

 “Isso permitia que os preços importados reprimissem os preços internos, assegurando a queda nos níveis de inflação.” Em agosto de 1994, o dólar chegou a valer R$ 0,84.

  Esta política começou a se mostrar inviável quando o custo do financiamento externo do Banco Central elevou-se demasiadamente. Em momentos de turbulência no mercado internacional, o BC só conseguiu manter os capitais especulativos oferecendo elevada remuneração. Segundo Maskio, durante a crise asiática, em 1997, e o calote da Rússia, no ano seguinte, a taxa básica de juros ultrapasssou 40% ao ano.

  “Com a dificuldade de financiamento no mercado internacional, o governo fez acordo de empréstimo com o FMI em dezembro de 1998, e alterou a estratégia de estabilização. No primeiro mês de 1999, o real registrou desvalorização de cerca de 65%, o que reduziu a pressão sobre os setores produtivos internos que sofriam com a concorrência dos importados.” O dólar foi cotado a R$ 1,98 no final de janeiro de 1999.

  Em março do mesmo ano, o BC adotou a política de metas para inflação – mantida pelo atual governo – como principal mecanismo de combate à carestia, e o câmbio passou a flutuar, registrando valorização do dólar ante o real.

  O ápice da valorização do dólar ocorreu no segundo semestre de 2002, diante da perspectiva de vitória da oposição nas eleições presidenciais – em outubro, a cotação chegou à casa dos R$ 4. “A tensão foi dissipada com a acomodação das expectativas dos investidores internacionais em relação a política econômica do governo Lula. O dólar apresentou tendência de desvalorização, acelerando-se nos últimos 12 meses.”

  Segundo Maskio, o recente movimento de queda é resultado do bom desempenho das exportações e da entrada de capitais via investimentos estrangeiros, o que aumenta a oferta interna de dólares. Com abundância da moeda americana, a cotação não se sustenta nos pregões.



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