A troca de farpas públicas entre os ex-prefeitos de Mauá Oswaldo Dias e Donisete Braga protagonizou a reunião do PT no sábado. Os dois ex-gestores se alfinetaram durante o encontro, fato que aumentou o distanciamento entre duas das principais lideranças do petismo da cidade.

Na atividade, Oswaldo e o ex-vereador José Luiz Cassimiro dispararam críticas ao trabalho de Donisete como prefeito. Cassimiro relacionou sua derrota nas urnas – não conseguiu renovar o mandato de vereador – ao desempenho do governo de Mauá

Oswaldo, por sua vez, questionou Donisete em duas medidas relatadas ao Diário: a renegociação da dívida com a Caixa Econômica Federal oriunda de financiamento para canalização de córregos do município e o acordo com a Odebrecht para a PPP (Parceria Público-Privada) da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá). Na avaliação de Oswaldo, as duas decisões foram equivocadas.

Donisete, por sua vez, não recuou. Lembrou de série de ações questionáveis da gestão Oswaldo e a impopularidade do ex-prefeito às vésperas da eleição de 2012, quando houve movimento interno para que Oswaldo não pudesse concorrer à reeleição. À época, Donisete, Paulo Eugenio Pereira Júnior e Rogério Santana articularam para que o então deputado estadual assumisse a candidatura petista. Ele venceu Vanessa Damo (PMDB) no segundo turno.

No meio das críticas, Donisete disse que Oswaldo poderia ter aconselhado ele sobre os dois itens questionados pelo ex-prefeito publicamente. Oswaldo argumentou que nunca foi convidado por Donisete para tratar sobre o governo. Donisete retrucou e afirmou que liderança com o Oswaldo poderia mostrar sua experiência de qualquer maneira.

O mal-estar foi tamanho que Oswaldo e Donisete, que se alinhavam para lançamento de único nome na eleição interna do PT de Mauá, anunciaram militantes diferentes para o pleito. Oswaldo vai defender Getúlio Júnior. Donisete sustentou a continuidade de Cida Maia. Aguardado para a reunião, Paulo Eugenio não compareceu.