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Inimigos declarados unidos no funeral de Hussein
Por Do Diário do Grande ABC
08/02/1999 | 10:17
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Os funerais do rei Hussein da Jordânia, grande artífice da paz, reúnem esta segunda-feira em Ama inimigos declarados, como os dirigentes norte-americanos e os iraquianos.

A presença de várias dezenas de monarcas, presidentes e chefes de Governo de todo o mundo representou um quebra-cabeça para o protocolo jordaniano, que teve de separar, por exemplo, os delegados israelenses dos delegados de alguns países árabes.

Ao contrário dos funerais do primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, em 1995, que contaram com a presença de poucos dirigentes árabes - entre eles Hussein -, o mundo árabe compareceu sem faltas aos funerais do soberano hachemita.

O Iraque, cujo presidente Saddam Hussein nao viaja ao estrangeiro desde a guerra do Golfo, em 1991, está representado por seu vice-presidente Taha Mohieddin Maaruf.

Estados Unidos e Gra-Bretanha, que realizaram a operaçao ``Raposa do deserto' há dois meses contra o Iraque, estao representados pelo presidente norte-americano, Bill Clinton, e pelo primeiro-ministro, Tony Blair.

O ex-presidente norte-americano George Bush, que dirigiu a coalizao internacional contra o Iraque durante a guerra do Golfo, também está em Ama.

Clinton e Bush terao um encontro na capital jordaniana com o presidente sudanês Omar Al Bechir - cujo país é vítima de sançoes econômicas norte-americanas - e com os representantes da Líbia, sob embargo aéreo das Naçoes Unidas.

Num momento em que o processo de paz árabe-israelense está em crise, várias monarquias do Golfo sem relaçoes com Israel, como Arábia Saudita, enviaram delegaçoes de alto nível.

Israel, por sua parte, enviou seu presidente Ezer Weizman, oi primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro de Relaçoes Exteriores, Ariel Sharon.

Os israelenses poderao encontrar-se com representantes do movimento integrista palestino Hamas, cuja facçao armada assumiu a responsabilidade pela maioria dos atentados antiisraelenses dos últimos cinco anos.

Para a própria Jordânia, os funerais constituem a ocasiao de selar a reconciliaçao com o Kuwait, depois da tensao produzida pelo apoio tácito do rei Hussein ao Iraque durante a guerra do Golfo.

O príncipe herdeiro e primeiro-ministro do Kuwait, o xeque Saad Al Abdallah Al Sabah, cujo país expulsou centenas de milhares de palestinos depois da guerra do Golfo, coincidirá também nos funerais com o presidente palestino Yasser Arafat.




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