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Cidade de Libreville é ameaçada por erosao marinha
Por Do Diário do Grande ABC
30/03/1999 | 11:07
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Libreville, cidade construída às margens arenosas do estuário do Gabao, frente ao Atlântico, está ameaçada pela erosao marinha, agravada pela má manutençao das obras de proteçao e pela exploraçao incontrolada da areia de suas praias.

Este fenômeno é regularmente assinalado pelos habitantes e denunciado pelos meios de comunicaçao gaboneses, que constatam a cada ano as crescentes conseqüências dessa erosao na vida cotidiana dos 450 mil habitantes de Libreville e de sua cidade gêmea, o porto de Owendo, ou seja, a metade da populaçao do Gabao.

A maior avenida da cidade, a costeira Avenida da Independência, é um bom exemplo. Em frente ao palácio presidencial, o jardim-passeio que margeia o mar tem as bases esburacadas acima do nível habitual da água, enquanto nos dias de tormento as ondas roçam os primeiros edifícios situados em frente ao mar, arrastando pouco a pouco o solo e ameaçando as instalaçoes subterrâneas.

"Os contrafortes que protegeram durante muito tempo esta parte da costa apresentam agora numerosas falhas. O deslocamento dos blocos, por exemplo, é devido à açao das ondas', assinalou recentemente um funcionário de Assuntos Marítimos.

Na Avenida da Costa, ao norte, o paredao "cedeu a tal ponto que a linha da costa se confunde com a calçada", enquanto no distante dali, perto de um dos grandes hotéis da capital, "os blocos de uma linha de rochas dispostas na praia para servir de quebra-mar vao afundando progressivamente na areia", acrescentou o funcionário em um informe.

A situaçao é semelhante do porto de Owendo, na zona sul de Libreville, até o cabo Esterías, que termina, 20 km mais ao norte, a ponta rochosa e arenosa sobre a qual está situada Libreville. Fora da cidade, onde nunca foram construídos contrafortes, o problema sao os canteiros instalados de maneira descontrolada para fornecer areia ao setor da construçao.

Um habitante de Cabo Esterías, cujo cerco de limite de propriedade "estava antes no flanco da colina, e é alcançado agora pelas ondas quando há maré alta", apresentou açao judicial contra uma das maiores empresas de obras públicas do Gabao, denunciando que ela "explora com maquinaria pesada e caminhoes a areia da praia vizinha".

Outros moradores denunciam também essa exploraçao, que destrói as praias, "mas as açoes nao têm conseqüências porque a construçao dá mais lucros que a proteçao da natureza", declarou o dono de um restaurante da regiao.




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