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Selo vai além de só servir para mandar carta
Por Juliana Ravelli
31/07/2011 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


Há milhares de anos, o homem se comunicava por meio de mensagens escritas em madeira, tecido, papel e até no corpo de escravos. Era trabalhoso para o mensageiro conseguir entregá-las, pois tinha de viajar longas distâncias para que o recado chegasse ao destino. Com o tempo, o correio foi aperfeiçoado, mas existia um problema: quem recebia a carta era responsável por pagar pelo serviço; por isso, muitos se negavam a ficar com a correspondência.

Então, o inglês Sir Rowland Hill, responsável pelos correios britânicos, imaginou que o problema seria resolvido se o pagamento fosse feito antes de entregar a carta. Desse modo, em 6 de maio de 1840, foi lançado o primeiro selo do mundo, conhecido como Penny Black.

E sabe qual o segundo país a emitir selo? O Brasil. Os modelos eram chamados de Olhos-de-boi e apareceram em 1º de agosto de 1843. Por isso, nesta segunda-feira comemora-se o Dia Nacional do Selo. Antes do século 19 acabar, grande parte dos países já tinha desenvolvido os próprios selos postais.

Pouco depois de serem inventados, surgiu a arte de colecioná-los, chamada filatelia. A palavra vem do grego philos (que significa amigos) e telos (imposto ou taxa). Também tornou-se comum a produção de selos comemorativos, em homenagem a personalidades (presidentes, cientistas, atletas), fatos históricos, bichos, esportes, artes, cidades, entre outros.

São produzidos em vários formatos, cores e tipos de papel. O Brasil também foi o primeiro a imprimir selo com legenda em braille (sistema de leitura usado pelos deficientes visuais), em 1974.

 

Galera se anima com a troca de cartas

Na era do e-mail e da mensagem de celular, a turma do Educandário Santo Antonio, de Santo André, vive experiência muito conhecida pelos pais e avós: se comunicar por cartas. As mensagens são trocadas com alunos do Colégio Ricardo Rodrigo Alves, na Capital. Ninguém se conhece pessoalmente.

Heloísa Rades de Souza, 7 anos, está adorando a atividade, mas esta não é a primeira vez que manda carta para alguém. Depois de assistir a uma peça teatral, decidiu enviar uma mensagem para os artistas para dizer que gostou muito do espetáculo. "A carta pode ser útil mesmo no futuro. Se acabar a energia, a gente ainda vai ter como se comunicar com quem está longe."

O amigo Alessandro da Cunha Menegon, 7, acha que escrever uma correspondência e levá-la ao correio dá mais trabalho, no entanto, esse é um dos motivos que a torna especial. "Minha mãe guarda até hoje as cartas que ela trocava."

Bruno Loffreda, 8, diz que escrever carta dá mais trabalho, mas faz a gente lembrar mais da pessoa do que o e-mail. O pai dele coleciona selo de várias partes do planeta; por isso, o menino sabe a importância deles, não só para enviar cartas. "Os selos têm história. Retratam coisas do passado que a gente nunca viu."

 

Saiba mais

Interessado em colecionar selos? Você pode começar perguntando aos pais, avós e tios se há correspondências antigas da família. Nas cartas certamente terão selos e talvez você possa pegá-los (mas tem de preservá-los). Também pode comprá-los nas agências dos Correios. Há ainda clubes de filatelistas e sites que vendem selos postais. Nesse caso, peça ajuda de um adulto para encontrá-los. Aos poucos, é possível se especializar em um tema ou em um país.

Todo filatelista precisa de acessórios para cuidar bem da coleção. Um dos principais é uma espécie de livro, chamado classificador, em que os selos são organizados e guardados. Outro objeto importante é a pinça, pois evita o contato direto com os dedos; qualquer sujeira pode estragá-los. A lupa - um dos símbolos da filatelia - ajuda na hora de examinar os selos e observar os detalhes. Saiba mais no site www.correios. com.br/selos/historico.cfm

Consultoria do jornalista e filatelista Valdenízio Petrolli




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