Economia Titulo Finanças
Inadimplência sobe, mas
desacelera frente a 2012

Pesquisa divulgada pela CNDL e SPC Brasil
aponta ritmo de crescimento nos calotes menor

Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
15/01/2014 | 07:07
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Marina Brandão/DGABC


A inadimplência dos consumidores no País expandiu 2,33% em 2013 frente ao ano anterior. O resultado, no entanto, aponta desaceleração de 9,85 pontos percentuais sobre 2012, quando registrava alta de 12,18% nos calotes.

Os dados são de levantamento do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). Segundo o SPC Brasil, são considerados, aproximadamente, 150 milhões de consumidores e estabelecimentos comerciais de 2.200 municípios no Brasil.

O resultado está emparelhado com o que o BC (Banco Central) tem captado no SFN (Sistema Financeiro Nacional). A inadimplência dos consumidores nas operações de crédito está no caminho de retração desde outubro de 2012, quando caiu 0,06 ponto percentual e atingiu 8,11% do estoque de crédito, ou seja, o que foi emprestado, mas ainda não foi liquidado. Em novembro, último resultado divulgado pela autoridade monetária, os atrasos nas parcelas por mais de 90 dias chegaram a 6,67% do total.

Para o professor de Finanças da USCS ([01.TXTNORMAL]Universidade Municipal de São Caetano) José Ricardo Escolá de Araújo, que também ministra aulas na Trevisan Escolas de Negócios e na FGV (Fundação Getulio Vargas) e atua como consultor da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), o resultado está diretamente ligado à restrição e à menor oferta de crédito. “[/01.TXTNORMAL]Em 2013, houve um recuo no volume de empréstimos disponível e as regras para a concessão ficaram mais pesadas”, avaliou.

MENSAL - No último mês de 2013, a inadimplência seguiu o curso inverso do resultado anual. Apresentou redução de 4,44% no volume de registros em relação a igual período de 2012, destacou o SPC Brasil. Esta foi a quarta queda consecutiva na mesma comparação. Também é o maior decréscimo desde o início da série histórica, em janeiro de 2012.

Para a equipe econômica do SPC Brasil, as elevações da taxa básica de juros Selic, que tiveram início em 18 de abril de 2013, foram as responsáveis pelo recuo nos atrasos. Isso porque o crédito teria encarecido e, como consequência, reduzido a demanda do consumidor e, assim, retraindo o risco.

O especialista em Finanças e ex-economista-chefe da Febraban Roberto Luis Troster lembrou que o 13º salário também é um fator que estimula, sazonalmente, a redução da inadimplência na comparação entre novembro e dezembro.

Selic eleva financiamento em R$ 400

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) definirá hoje como vai ficar a taxa básica de juros Selic nos próximos 45 dias. Atualmente, o piso nacional do custo do crédito está em 10% ao ano. Mas, pelas projeções do mercado financeiro, passará a 10,5%. Desta maneira, a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) prevê que o financiamento de um automóvel de R$ 25 mil à vista ficará R$ 400,80 mais caro.

Pelos cálculos da entidade, um veículo no valor de R$ 25 mil sairia hoje, parcelado em 60 vezes e sem entrada, por R$ 39.574,09. Com o possível aumento da Selic de 0,5 ponto percentual, a taxa média de juros, que atualmente está em 1,65% ao mês, saltaria para 1,69%. Isso faria com que o preço final da operação expandisse para R$ 39.974,88.

Considerando o valor das parcelas, tendo em vista que são fixas, haveria um encarecimento de R$ 6,68. A mensalidade saltaria de R$ 659,57 para R$ 666,25.

Isso ocorre porque a taxa Selic é o preço que os bancos cobram para trocar dinheiro, sem contar a tributação incluída nas negociações. Desta maneira, se as instituições têm um encarecimento pelo quanto captam, vão repassar isso na outra ponta, explicou o professor de Finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas) Fábio Gallo Garcia. “Se a Selic aumenta, os bancos sobem também seus juros.”

Caso o BC decida pela elevação da Selic, será a sétima alta consecutiva. Até 17 de abril de 2013, a balizadora de crédito estava em 7,25% ao ano. No dia seguinte, saltou para 7,5%.
 




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