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As coisas estão feias na Vila Euclides
Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
09/03/2021 | 00:01
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Bastaram duas semanas para que o Estádio 1º de Maio se tornasse um problema para São Bernardo FC e EC São Bernardo, que dividem o local para mandar seus compromissos no Campeonato Paulista da Série A-2. Se há 15 dias, reportagem publicada neste Diário mostrou que havia – até certo ponto – relacionamento cordial entre os times para divisão dos cuidados do campo (o Cachorrão entra com o aporte financeiro e o Tigre, com dois funcionários, o que não parece muito justo, diga-se de passagem), o cenário mudou. Isso porque após a partida de sábado contra o Red Bull Brasil (empate por 1 a 1), o técnico Ricardo Catalá não poupou saliva para criticar as péssimas condições do gramado, em discurso que ganhou força nas redes sociais por outras pessoas ligadas ao clube e torcedores. “Nosso campo está péssimo. É um campo dividido entre duas equipes que não tem cuidado, está largado. Somos time técnico, montado para jogar futebol para frente, ofensivo. Então tínhamos como adversários o campo e o Red Bull (Brasil)”, disparou o treinador do São Bernardo FC.

A Prefeitura é responsável pela administração do local, que é municipal, desde que ordenou que o Aurinegro se retirasse do espaço quando a parceria entre as partes terminou. Entretanto, atendendo a pedido do prefeito, o Cachorrão é quem vem arcando com a manutenção do campo – entre R$ 10 mil e R$ 15 mil por mês, segundo a diretoria –, mas as fortes chuvas e o uso contínuo (com treinos e jogos dos dois times, inclusive debaixo dos temporais dos últimos dias) têm feito com que o gramado, que já foi considerado um dos melhores do Estado, esteja em condições bastante prejudicadas. Mas esta não é a única reclamação do equipamento esportivo são-bernardense, que apresenta diversos problemas estruturais consequência da falta de cuidado: infiltrações, telhas quebradas e goteiras, que basta uma chuva mais forte para transformar o setor de imprensa e camarotes em uma espécie de espelho d’água – recentemente, inclusive, dois colegas da imprensa (vejam a barbaridade) foram repreendidos por estarem utilizando rodos para tirar a água e poder utilizar uma das cabines.

Questionados, nenhum dos clubes quis falar oficialmente sobre a situação, o que lamento. Afinal, ambos pagam preço público para utilizar o 1º de Maio e devem tê-lo em condições para a prática do futebol. Segundo a Prefeitura de São Bernardo, em resposta à coluna, “a manutenção do estádio é feita pela Secretaria de Esporte e Lazer”, enquanto “o gramado é de responsabilidade das equipes que utilizam o espaço”. Além disso, o valor “cobrado para treinos e jogos, das 6h às 18h, é de R$ 2.000 por hora; e, das 18h às 6h, R$ 3.000 por hora”. Ainda segundo a administração pública, o que é arrecadado dos times “são revertidos para o pagamento de despesas como energia elétrica, água, esgoto, gás, emissão de AVCB, bem como pequenas reformas e readequações solicitadas pela Federação Paulista de Futebol”.

Por outro lado, a resposta são-bernardense admite que “vestiários, salas administrativas, de arbitragem, de doping, de policiamento e de recuperação dos atletas foram revitalizados em 2018”, enquanto outros locais como “cabines, camarotes, cozinha e alojamentos deverão ser reformados por meio do processo licitatório de concessão onerosa do espaço, que se encontra em andamento para a segunda publicação”. Ou seja, não deveremos ver algum tipo de mudança no 1º de Maio tão cedo. Ainda mais porque o primeiro PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse) para terceirizar o estádio não atraiu interessados, de acordo com reportagem publicada pelo colega Raphael Rocha neste Diário na semana passada.

Assim sendo, não me surpreenderia se o São Bernardo FC buscasse outro estádio para mandar seus jogos. Afinal, o time já treina e fica concentrado em Atibaia, viajando para o Grande ABC nas vésperas dos jogos. Já que, por enquanto não pode contar com o apoio da torcida e terá de pagar de qualquer forma, seria mais vantajoso – financeira e tecnicamente – encontrar local que pudesse abrigar as partidas oferecendo melhores estrutura e condições. Entretanto, tal cenário preocupa os fãs aurinegros, que veem nisso uma janela aberta para uma mudança definitiva do clube para outra cidade. Espero, de verdade, que isso não aconteça.

COMO ASSIM?
Este intertítulo em formato de pergunta foi justamente minha reação quando soube do fato que falarei a seguir. Em fase preparatória para sua primeira Liga Nacional de Futsal, o Santo André (que perdeu os quatro jogos treinos que fez, contra Sorocaba, Corinthians – duas vezes – e seleção da Guatemala) teve uma grande perda anunciada pela diretoria. Isso porque chegou-se a acordo e decidiu-se pela saída do técnico Ivan Gomes, um dos responsáveis pelo crescimento, profissionalização e sucesso do projeto. Um natural desgaste entre as partes é o que parece ter sido o motivo para que o casamento chegasse ao fim. E quem assumirá o lugar será Aparecido Donizete Silva, Cidão, bicampeão da Liga Nacional à frente da Intelli (2012 e 2013). Ele vinha ocupando o cargo de supervisor da equipe, mas já havia manifestado a intenção de regressar para a beira da quadra. Enfim, sorte a todas as partes na sequência, tanto a Ivan quanto a Cidão e ao Santo André.




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