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Treinadores opinam sobre Sampaoli, na mira do Palmeiras

Técnicos da região não veem argentino à frente dos brasileiros, mas reconhecem pontos positivos do ex-comandante do Santos

Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
12/12/2019 | 07:00
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Ivan Storty/santos F.C.


O técnico Jorge Sampaoli pediu demissão do Santos na terça-feira e pode ter o Palmeiras como destino a ser anunciado nas próximas horas. O argentino de 59 anos teve uma temporada de sucesso à frente da equipe alvinegra, apesar de elenco e orçamento limitados, levando o time ao vice-campeonato brasileiro e conquistando vaga na Libertadores do ano que vem, se mantendo no cargo apesar de eliminações na Copa do Brasil e Sul-Americana, e recuperando alguns atletas que não vinham rendendo. Queridinho de grande parte da imprensa nacional, que o coloca à frente dos treinadores brasileiros, o agora ex-santista tem reconhecimento público dos colegas de profissão que, no entanto, não o enxergam assim nessa condição de número um, ao lado do português Jorge Jesus, do Flamengo.

Técnicos da região ou ligados ao Grande ABC falaram a respeito de Sampaoli. E, em geral, seguem as opiniões dos treinadores nacionais. “Não acho que o Sampaoli, assim como o Jorge Jesus estejam à frente dos grandes e bons treinadores que temos no futebol brasileiro. O trabalho tanto de um como de outro tem que ser destacado, mas não a ponto de achar que os treinadores brasileiros têm que aprender com os estrangeiros”, declarou Paulo Roberto, do Santo André.

“Faz (fez) trabalho brilhante no Santos. Mas foi desclassificado na Copa do Brasil e Sul-Americana. Se fosse brasileiro teria sido mantido?”, questionou Fernando Marchiori, comandante do Água Santa.

“Sampaoli fez bom trabalho, como treinadores brasileiros, casos do Vanderlei Luxemburgo no Vasco, Tiago Nunes no Athletico-PR, Rogério Ceni no Fortaleza, mas não ganhou nada. Estão supervalorizando sim”, afirmou Renato Peixe, treinador do EC São Bernardo.

Sérgio Soares, atualmente sem clube, se declarou fã do estilo do argentino. “Não acho que esteja tão à frente assim. Mas o que difere ele do contingente brasileiro é a coragem de jogar para frente. Ele resgatou o que é o futebol brasileiro, que é ter coragem de jogar o futebol ofensivo sem ter a preocupação de garantir resultado só se defendendo, mas de outra forma. Resgatou a característica que os treinadores brasileiros estão deixando a desejar”, pontuou o comandante, que treinou Santo André, São Caetano e São Bernardo.

Outro que se mostrou apreciador do trabalho de Sampaoli foi Wilson Júnior, ídolo do Tigre e atualmente no Atibaia. “Ele apresentou no Santos uma variação de jogo impressionante. É um caos organizado, que a gente chama. Uma organização ofensiva interessante, com padrão de jogo, em time que esperava-se pouco. Os treinadores estrangeiros vêm para fazer você pensar em alguma coisa. Isso acontece no mundo todo, como quando o (Luiz Felipe) Scolari foi em Portugal e também fez os caras pensarem. Mas acho o momento do Sampaoli incrível, gosto do trabalho dele.” 




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