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Déficit da balança comercial dos EUA chega a US$ 68 bi em julho
Por Da AFP
12/09/2006 | 16:29
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O déficit da balança comercial dos Estados Unidos chegou a US$ 68 bilhões em julho, principalmente por causa dos altos preços do petróleo que elevaram a fatura de combustível na maior economia do mundo.

Segundo o Departamento de Comércio, o déficit norte-americano supera os US$ 64,8 bilhões e está próximo de bater o recorde anual de US$ 717 bilhões registrado em 2005. Nos primeiros sete meses de 2006, o saldo comercial alcançou os US$ 453 bilhões, comparados aos US$ 398,2 bilhões em igual período de 2005. Em julho, o déficit ultrapassou o recorde anterior de US$ 66,6 bilhões de outubro de 2005.

Qualquer economia com déficit comercial precisa de divisas estrangeiras para sustentar seu apetite por bens importados. Até agora, os Estados Unidos não perderam o charme que atrai investidores externos, mas alguns analistas temem que isto aconteça.

"Estes dados sugerem que as importações podem afetar o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre de 2006", disse Julie Leibowitch, economista no Banco Corporativo e de Investimentos IXIS. A maior economia mundial já está enfraquecendo, com o crescimento do PIB caindo a um ritmo de 2,9% ao ano no segundo trimestre.

Segundo Leibowitch, com as importações limitando o crescimento, agora há mais risco de revisão para baixo de sua previsão de crescimento para o terceiro trimestre, que é de 2,7%.

"Embora a queda das exportações e o aumento das importações de petróleo sejam provavelmente eventos transitórios, o déficit maior de julho aumenta a probabilidade de as contas comerciais serem uma carta para o crescimento do PIB no terceiro trimestre", coincidiu o economista de Namura, David Resler.

As exportações caíram 1,1% a US$ 120 bilhões, ao passo que as importações aumentaram 1,0%, a US$ 188 bilhões em julho, indicou o Departamento de Comércio. Isso marcou um novo recorde para o valor dos bens e serviços importados pelos Estados Unidos.

As importações de cru atingiram seu maior nível da história em julho, a US$ 28,5 bilhões. O preço médio de um barril de petróleo chegou a US$ 64,84 dólares, segundo o departamento. As importações de insumos industriais, bens de capital, alimentos e bebidas e bens de consumo também aumentaram.

Do lado das exportações, as vendas americanas de automóveis e autopeças alcançaram US$ 9,6 bilhões e as de bens de consumo chegaram a US$ 11 bilhões, ambos recordes. O déficit de bens foi de US$ 73,4 bilhões, enquanto os serviços registraram um superávit de US$ 5,4 bilhões.

"Em maior medida, o déficit comercial continua extremamente alto porque o dólar supervalorizado incentiva as importações de produtos manufaturados chineses e de outros países asiáticos e prejudica as exportações americanas de bens duráveis e de serviços de alta qualidade", disse o professor de negócios da Universidade de Maryland, Peter Morici.

O déficit dos Estados Unidos com a União Européia aumentou 48,4%, a US$ 13,4 bilhões em julho com relação ao mês anterior, enquanto a brecha com o Canadá cresceu 8,1%, a US$ 5,9 bilhões. O déficit com o Japão foi apenas 9% menor, de US$ 7,6 bilhões. O déficit com a China caiu 0,5% em julho, a US$ 19,6 bilhões. No entanto, até o momento este ano o déficit com a China aumentou 12,6%, a US$ 121,3 bilhões.




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