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A Europa e a raça pura

A União Européia decidiu lutar duramente contra os imigrantes

Carlos Brickmann
25/06/2008 | 00:00
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A União Européia decidiu lutar duramente contra os imigrantes: em vez de mandá-los de volta, como de praxe, pretende mantê-los presos por até 18 meses, para depois expulsá-los. Não é suficiente que percam tudo: precisam sofrer antes.

Festejando os 50 anos de bossa nova, João Gilberto tocou, nos Estados Unidos, a clássica Deus Salve a América - versão brasileira de João de Barro para God Bless America, de Irving Berlin, o grande hino não-oficial americano.

Coisa de imigrantes, aquilo que a União Européia quer banir: o grande hino não-oficial americano foi composto por um russo que migrou para os Estados Unidos. Os benefícios que os EUA tiveram com a imigração não se limitaram à música: físicos europeus que fugiam do nazismo, como Enrico Fermi, Albert Einstein, Niels Bohr, deram forte impulso à ciência americana e abriram caminho para uma das mais importantes fontes energéticas do mundo, a fissão do átomo.

Certamente a Europa não pensa em preservar uma pureza étnica que jamais existiu: a saudável mistura de celtas com vândalos, godos, visigodos, anglos, jutas, saxões, francos, magiares, mouros, judeus, hunos, teutos, turcos é um fato histórico. Os europeus parecem pensar que seu modo de vida é ameaçado pela imigração; que seus sistemas previdenciários não resistirão a novas despesas. Pode ser; mas, ao mesmo tempo, renunciam à renovação e ao arejamento que o contato com outras civilizações pode trazer. E como defender a globalização, o livre trânsito de mercadorias, quando as pessoas são barradas nas fronteiras?

PAPELADA
Hoje, na Europa, estima-se em 8 milhões o número de imigrantes ilegais. Há três maneiras de tratar o assunto: deixar como está (uma solução ruim, porque não há planejamento possível se não há números confiáveis de população), tentar deportar todo mundo (o que, além de cruel, é caríssimo e de viabilidade duvidosa), ou fazer o que o Chile fez, com êxito: regularizar a situação de todos. Isso é viável, elimina as máfias que ‘protegem' os ilegais e eleva a arrecadação.

A SUPERFESTA
O caro leitor não tem nada com isso, mas, para o Congresso, o ano está no fim. Na véspera de São João, havia na Capital 38 dos 513 deputados federais (e isso apesar de um telegrama enviado a todos pelo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, solicitando a presença de todos). A turma só volta no início de julho, preparando-se para o recesso, poucos dias mais tarde. Terminado o recesso, estarão todos empenhados nas eleições municipais e com a composição de cargos nas novas administrações. Aí vêm as festas de fim de ano - e ninguém é de ferro!

DE NOVO
É a segunda vez em seguida que Geraldo Alckmin derrota José Serra e leva o PSDB a apoiar sua candidatura. Tudo indica que será a segunda vez que Alckmin, depois de rachar o partido para atender a seus caprichos, entra para perder.

LULA LÁ
Nesta sexta-feira, o presidente Lula segue para a Venezuela, para reuniões com o presidente Hugo Chávez. Isso deve tapar a boca de quem acha que desfrutar a Presidência da República é um exercício sempre agradável.

DÚVIDA PERTINENTE
Um assíduo leitor desta coluna, João Carlos Alkimin Barbosa, acompanha com interesse a campanha para que os torturadores da ditadura militar sejam processados. Mas pergunta: entre os passíveis de julgamento estarão os promotores que faziam as acusações mesmo sabendo que as confissões eram obtidas por tortura? E o juiz-auditor que autorizou a ida de Frei Tito, já preso oficialmente, para novas torturas no DOI-Codi (e se negou a relatar as torturas no processo)? "Pois é", conclui Alkimin Barbosa, "ou nos indignamos todos ou nos locupletamos todos."

INDENIZAÇÃO AÉREA
A TAM foi condenada a pagar R$ 7.000 para cada um dos dois clientes que tiveram de aguardar 36 horas pelo embarque, devido ao overbooking. Há recurso - mas, caro leitor, vale a pena guardar toda a documentação dos atrasos de vôo.




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