Delegado responsável pela delegacia seccional de Diadema, Guerdson Ferreira (foto) rebateu as declarações do prefeito Lauro Michels (PV) e negou que o remanejamento de investigadores plantonistas na cidade representará em redução desses profissionais. Segundo ele, as mudanças permitirão otimizar a “elucidação de crimes”.
No sábado, Lauro criticou o governador João Doria (PSDB), em entrevista ao Diário, por autorizar a redução no número de delegados plantonistas na cidade de cinco para um.
“De modo algum houve prejuízo para o munícipe. Os delegados não foram retirados, mas apenas remanejados para elucidação de crimes, que é um serviço muito mais relevante do que o mero registro de uma ocorrência”, explicou Ferreira, ao confirmar, porém, que apenas um delegado ficará responsável pelo plantão de dois DPs (1º, no Centro; e 3º, no Taboão) – o plantonista coordenará os trabalhos nos dois distritos a partir do equipamento no bairro Taboão.
Ferreira destacou que os plantões continuam atendendo “da mesma forma, com dois (departamentos abertos)”, mas que ficarão sob responsabilidade de um mesmo delegado. E que os demais investigadores serão incumbidos de dar andamento às ocorrências registradas na delegacia eletrônica, além da DDM (Delegacia da Mulher). No mês passado, como forma de evitar aglomerações nas delegacias durante a pandemia de Covid-19, o Palácio dos Bandeirantes ampliou a possibilidade de registro virtual de crimes que antes só poderiam ser feitos presencialmente. É possível notificar, por exemplo, roubo ou furto a residência; roubo ou furto a estabelecimento comercial; crimes contra o consumidor; roubo ou furto de carga; ameaça e estelionato: www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br. As exceções são ocorrências que dependem de coleta imediata de provas, como homicídios, latrocínios, estupros e violência doméstica.
O delegado rebateu ainda as críticas do prefeito direcionadas a Doria. “Essas decisões não partem do governador. Ele logicamente toma conhecimento, mas essas questões são administrativas e partem da própria Polícia Civil. Imagina se o governador iria tomar uma decisão de polícia. Isso não chega nem a nível de secretaria”, contestou o delegado, que disse ter explicado as mudanças ao próprio prefeito. “Eu acho que é meio desnecessário explicar esse tipo de coisa. É muito óbvio, e muito claro. É como você ter uma empregada. Você não vai ensiná-la a varrer o chão.”
Lauro, ao Diário, havia contestado a decisão do governo paulista ao levar em consideração a área territorial da cidade – possui 30 quilômetros quadrados –, mas que ignora o contingente populacional. “E onde Diadema é uma cidade pequena? Apesar de estarmos em uma área menor, temos mais de 400 mil habitantes (420,9 mil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Doria não conhece nossa cidade, não tem noção do que está fazendo. Não tenho o que fazer. Vou lamentar.”