Preparados para atuar em locais com grande público, animais recebem série de cuidados
Tsunami, Naruto, Bolt, Maestro, Bush e Lady Laura, Elvis, Torresmo, Pietá, Pandora e Jurema. Os 11 cavalos do 6º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) de São Bernardo fazem por merecer o tratamento especial que recebem diariamente. Os animais vivem uma rotina que inclui alimentação, banho, escovação, cuidados veterinários e carinho. E retribuem conduzindo os soldados em ações de prevenção e combate ao crime pelas ruas e nas proximidades dos estádios de futebol em dias de jogos. Em Mauá, existem outros 17.
Os equinos, da raça BH (Brasileiro de Hipismo), iniciam a ‘carreira militar’ com 6 meses de idade. São recrutados de acordo com o porte físico (projeção do tamanho que alcançarão quando adultos) e do temperamento de seus pais, dentre outras características.
O treinamento começa com 1 ano. Os cavalos aprendem a conviver com situações extremas e a não se assustar diante de ocorrências como explosões de bombas ou mesmo de uma bexiga. Estão prontos quando conseguem ser, ao mesmo tempo, imponentes (ao ponto de assustar os mal-intencionados) e dóceis o suficiente para chamar atenção dos cidadãos. Se aposentam após 20 anos de atuação. Quando param, vão para uma fazenda no Interior, ou viver com o seu condutor, caso o policial tenha interesse e local apropriado.
“O cavalo é fundamental. Atua onde uma viatura ou moto não conseguem chegar. Onde tem um grande número de pessoas, o policial a pé não tem visão. Sobre o animal, ele vê e se torna visto. Além disso, no Grande ABC há quatro times de futebol. Com um batalhão de cavalaria na região, a ação é mais direta, pois os policiais já conhecem as características de cada estádio”, destaca o capitão João Francisco Terron.
Atuando há 18 anos na cavalaria, o cabo Gledson Godoy destaca o poder de ação que o animal proporciona. “Um cavalo consegue administrar 1.000 pessoas. Causa um efeito psicológico muito forte. O animal é alto e forte, com o policial em cima fica ainda maior. Desperta muito respeito. A atuação é preventiva, pois o cidadão de bem se sente seguro e os que querem praticar o ilícito ficam inibidos ao perceber a nossa presença”, afirma.
Antes de iniciar a jornada diária, os equinos passam por uma série de cuidados. O policial olha se ele comeu, se tem algum ferimento, se os pelos do rabo estão no tamanho ideal e até se há algum objeto preso em suas patas. “São seis horas dedicadas a eles. Eu até posso ficar sem almoçar. O cavalo jamais”, diz o cabo Godoy, que já teve seis montarias na PM.
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