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Funcionários da saúde de Ribeirão estão sem 13º

Ao todo, 117 profissionais não receberam benefício, que deveria ter sido quitado em dezembro; Paço culpa Santa Casa

Por Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
04/01/2020 | 07:32
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DGABC


Funcionários da área da saúde de Ribeirão Pires não receberam o 13º salário, que deveria ter sido pago até o dia 20 de dezembro. São 117 colaboradores que aguardam pelo pagamento do rendimento e que seguem sem previsão de quando o depósito será efetivado. Os servidores estão alocados no contrato do governo do prefeito de Ribeirão, Adler Kiko Teixeira (PSB), com a Santa Casa de Birigui, responsável pela gerência da saúde municipal. Os trabalhadores que não obtiveram o benefício atuam, majoritariamente, nos Caps (Centros de Atenção Psicossocial) e na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Luzia.

Ao Diário, funcionários que optaram pelo anonimato com receio de represália disseram se sentir desamparados pela administração Kiko. A única resposta que conseguiram foi que a Prefeitura havia feito o pagamento mensal pelo serviço prestado, mas que não tinha informação de quando o 13º salário seria transferido. Junto à Santa Casa, nenhuma satisfação foi dada aos colaboradores.

Esses mesmos servidores comentaram que ouviram, extraoficialmente, que o salário de janeiro não será pago em dia. Houve movimento para paralisação dos serviços como forma de protesto, mas gestores das unidades identificaram o movimento e ameaçaram de demissão os possíveis grevistas. Também foi especulado que o dinheiro recebido da Prefeitura havia sido utilizado, por parte da Santa Casa, para quitar dívida com fornecedores.

Ribeirão Pires repassa R$ 4,8 milhões ao ano para que a Santa Casa de Birigui faça a gestão dos Caps e da UPA. A entidade é responsável pelos equipamentos desde 2018, quando venceu certame realizado pela administração Kiko.

Esta não é a primeira vez que a entidade atrasa os salários de seus funcionários. Em fevereiro, o Diário mostrou que os colaboradores chegaram a esperar sete dias para receber os salários. À época, a instituição alegou que não tinha recebido as parcelas da Prefeitura, que confirmou a falta de pagamento e regularizou a situação dias depois.

A Santa Casa de Birigui possui dois contratos com a administração de Ribeirão Pires. Em um primeiro momento, a entidade foi contratada para gerir Caps, mas depois acabou herdando vínculo inicialmente costurado com o CEM (Centro Hospitalar de Atenção e Emergências Médicas), que recebia R$ 10,2 milhões ao ano e ficaria responsável pela UPA.

Anteriormente o contrato destes equipamentos de saúde era gerido pela APGP (Associação Paulista de Gestão Pública), que atuou durante maior parte de 2017 e início de 2018 por meio de contrato emergencial. A situação rendeu a convocação da secretária de Saúde de Ribeirão, Patrícia de Freitas, ao plenário, em sabatina que durou cerca de cinco horas no fim de agosto.

Por meio de nota, a Prefeitura de Ribeirão alegou que realizou o repasse de verba para o pagamento do 13º salário dos funcionários e que acompanha o caso junto à Santa Casa de Birigui para que os profissionais recebam os pagamentos devidos pela instituição. Por sua vez, a Santa Casa de Birigui não se manifestou até o fechamento desta edição. 




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