Se depender da Receita Federal, a restituiçao tanto pode chegar daqui a um mês como daqui a seis meses. A lógica do calendário da entrega só os auditores conhecem.

'A princípio, o prazo de reembolso vai de junho a dezembro deste ano, mas nao se sabe precisar quando``, disse o consultor tributário da Deloitte Touche Tohmatsu Consultoria, Adahel de Almeida. Entao, para o contribuinte que precisa do dinheiro agora, a antecipaçao bancária poderia ser uma saída.

O Bradesco oferece antecipaçao de 100%, 80% ou 70% do valor da restituiçao. Se o adiantamento for total, o prazo para pagamento ao banco é de 120 dias; se for de 80%, 180 dias para pagar; e 70%, 270 dias para que o dinheiro retorne ao Bradesco, corrigidos com taxa de juros de 3% ao mês.

'Se o contribuinte tem R$ 1 mil a receber, em um mês ele pagaria R$ 30 de juros para, no fim, pagar R$ 16 a mais de restituiçao. Mas a Receita pode demorar mais de um mês para devolver o dinheiro``, explicou Adahel.

O valor a ser recebido pela Receita é corrigido pela taxa Selic (taxa de juros básicos) entre o mês de maio e o dia do recebimento pelo contribuinte. Hoje, a taxa está em torno de 1,4% ao mês, que, para o consultor da Deloitte Consultoria, é 'uma taxa boa``. Para ele, ``se o contribuinte nao tiver pressa em ter o dinheiro, ele deve esperar pelo lote da Receita, pois a taxa Selic é boa, bem maior que muitas aplicaçoes que existem por aí``.

A taxa oferecida nao só pelo Bradesco como pelo Banco Real (3,5% ao mês) estao acima da Selic. Tomando o mesmo exemplo do Bradesco, se um cliente do Real tivesse R$ 1 mil a receber, em um mês pagaria R$ 35 de juros, contra R$ 14 que receberia corrigidos da Selic, entao, no final pagaria R$ 21 a mais. Em vez de R$ 1 mil, pagaria R$ 1.021 ao banco. No caso do Banco Real, a antecipaçao só corresponde a 70% do valor a ser restituído, e os encargos sao cobrados no momento da liquidaçao da operaçao, ou seja, quando o banco receber a restituiçao do cliente.

Caso algum outro banco ofereça a antecipaçao do Imposto de Renda, a dica é comparar sempre a taxa cobrada com a Selic. Quanto maior a diferença entre as duas, mais o cliente perderá no final das contas.