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Grandes campeões em 1988: Padre Lustosa e TAÍ, em São Bernardo; São João e Silvia Maria, em Mauá
Por Ademir Medici
17/02/2018 | 07:00
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 “O povo foi o grande vencedor do Carnaval de Rua do Grande ABC. Na hora do ‘toró’ mais forte, alguns se escondiam da melhor maneira possível, mas bastava uma pequena melhora para voltar aos seus lugares nas arquibancadas ou nos pequenos espaços disputados palmo a palco. O público – estimado em mais de 100 mil pessoas – realmente fez a festa, embalado pela animação e garra das agremiações. Prova disso foi a apoteose nos quatro municípios, que começou na terça-feira e só terminou na madrugada de ontem.”

Cf. Diário, 18-2-1988

Santo André – leia-se Ocara & Panelinha – foi professor de São Bernardo e Mauá na arte de fazer Carnaval de rua. A disputa dos ranchos andreenses foi o diferencial, o novo, o teatro em praça pública. Depois a cidade rendeu-se ao modismo das escolas de samba, seguindo os exemplos do Rio de Janeiro e de São Paulo. 

São Paulo cresceu. Da Avenida Tiradentes mudou para o Sambódromo Grande Otelo, especialmente construído, no Anhembi. O Grande ABC cresceu também, para agora viver a curva descendente.

Se a região pensar, minimamente, em ser um polo turístico, não pode olvidar do Carnaval de rua e da experiência de tantos sambistas e dirigentes, que estão aí, à disposição, à espera de um chamamento

Como disse Rubens Ferreira Soares, o <CF160>Rubão</CF>, aqui em <CF160>Memória</CF>: as escolas de samba do Grande ABC têm <CF160>know-how</CF> para caminharem com as próprias pernas. Têm história. Tem estrutura. Mas precisam de uma mão amiga que, absolutamente, não passa pelas prioridades dos atuais governantes. Triste.

MAS EM 1988...

O Carnaval de rua do Grande ABC vivia bons momentos, 30 anos atrás. Santo André mantinha o ritmo. Diadema fazia o seu primeiro concurso. São Bernardo e Mauá brilhavam. Agitavam suas passarelas do samba: a Avenida Kennedy e a Avenida Capitão João.

E os papões de títulos não fizeram por menos: Padre Lustosa e TAÍ, em São Bernardo; Acadêmicos de São João e Silvia Maria, em Mauá.

Escreveu Denise Caboclo, sobre as disputas são-bernardenses: “A vitória da Padre Lustosa não foi tão fácil, a exemplo de 1987, já que o primeiro lugar foi disputado de perto com a União das Vilas: 98 pontos para a Padre Lustosa; 96 para a União”. Em Mauá o tetra veio mais facilmente: “A Acadêmicos de São João posicionou-se cinco pontos à frente da segunda colocada, a também excelente Ordem e Progresso”, escreveu um repórter não identificado no texto.

Mauá, na apuração de 1988, chegou a falar na construção de um sambódromo, que seria o primeiro do Estado – o de São Paulo foi inaugurado em 1991. O prefeito Leonel Damo evitou euforia, anunciando que os desfiles de Mauá em 1989 seriam transferidos para a Avenida Portugal, no Jardim Haidee. 

Pelos anos seguintes o Carnaval mauaense viveria bons momentos, até sofrer uma parada mortal na administração do prefeito Oswaldo Dias.

Nas Ondas do Rádio

Rádio Bandeirantes AM (840) e FM (90,9) – Memória. Um cantor chamado Tim Maia. Produção e apresentação: Milton Parron. Hoje, às 23h, com reprise amanhã, às 5h.

COM VOCÊS, TIM MAIA

Texto: Milton Parron

Vamos homenagear um cantor/compositor da melhor qualidade que a revista Rolling Stone Brasil classificou como o nono maior artista da música brasileira e, claro, existem controvérsias.

Mas que o Sebastião Rodrigues Maia era muito bom, ninguém nega. Deveria ser Tião, diminutivo de Sebastião, mas acabou virando Tim, Tim Maia.  

Essa figurinha, que faleceu em março de 1998 aos 56 anos de idade, será a figura central do programa Memória. Já é a terceira vez, porém diferentes todas elas. 

Desta vez editei entrevistas que ele deu aos apresentadores da rádio Bandeirantes Dárcio Arruda, Antonio Celso, Gilberto Pereira e Antonio Carvalho em épocas diversas nas décadas de 1980 e 1990.

Sempre conversas divertidas graças à irreverência do saudoso artista, tudo entremeado com músicas interpretadas por ele, algumas de sua autoria e outras de compositores seus amigos.  

Não se furtou a falar até de assuntos melindrosos, como sua deportação dos Estados Unidos por porte de drogas e também pequenos “afanos”, segundo ele, para sobreviver porque “a vida por lá não é mole, meu camarada, especialmente para emigrantes ilegais”.  

Tinha poucos motivos para ser expulso?  Um dos programas que me deram enorme prazer em produzir esse que irá ao ar com Tim Maia.

Diário há 30 anos

Quarta-feiraz, 17 de fevereiro de 1988 – ano 30, edição 6678

Mauá – Prefeitura faz empréstimo de 167 milhões de cruzados junto ao projeto Cura (Comunidade Urbana de Recuperação Acelerada). Valores serão aplicados em obras de asfalto, guias e sarjetas no Itapark Velho e Itapark Novo.

Memória – Empate histórico em 1962 entre Ocara e Panelinha. Da série fotográfica do Panelinha, de Santo André; acervo: Dr. Rubens Awada.


Em 17 de fevereiro de...

1918 – O Carnaval de Santo André constou de animados bailes no Teatro Carlos Gomes: destaque para as batalhas de confetes e lança-perfume.

Futebol em São Caetano: anunciados dois jogos entre a União Operária local e a União Brasil (primeiros e segundos quadros).

Santos do Dia

Silvino (bispo) Sete santos fundadores dos servitas

Reginaldo de Orleans

Policrônio (bispo)

Rômulo




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