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Sósia da Feiticeira e Viola animam Carnaval de SP
Do Diário do Grande ABC
05/03/2000 | 15:22
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A escola de samba Morro da Casa Verde respeitou o horário estabelecido pela organizaçao do desfile de sábado e entrou na pista do sambódromo às 22h30. Na sexta-feira, uma solicitaçao da Rede Globo atrasou o início do carnaval para as 22h53.

Sem a participaçao de artistas famosos e com poucos destaques, os 3 mil integrantes da escola lembraram da época do primeiro reinado do Brasil com o enredo "Brasil, do Reino Unido à Independência". A disciplina e a empolgaçao dos folioes que comemoravam a volta do Morro ao grupo especial nao foram suficientes para contagiar o público.

A Unidos do Peruche conseguiu empolgar logo na entrada. O enredo fácil sobre a época do segundo reinado já era conhecido por grande parte do público. Com dificuldades financeiras, a escola trouxe como destaque apenas o ator Norton Nascimento.

Em um dos carros alegóricos estava uma sósia da Feiticeira, personagem da modelo Joana Prado, que conseguiu enganar grande parte do público e até mesmo repórteres e fotógrafos, que a procuraram antes e durante o desfile para fotos e entrevistas.

Apenas na dispersao, Joana "cover", como se identificou, revelou seu segredo. "Foi a primeira vez que saí em uma escola e sei que muitos ainda estao pensando que sou a Feiticeira."

A verdadeira Feiticeira desfilaria apenas na Vai-Vai, a última escola de sábado. Também na dispersao estava Conceiçao de Camargo, de 100 anos, a folia mais velha do carnaval, que havia acabado de sair pela Peruche. "A emoçao é sempre a mesma. É como se eu estivesse desfilado pela primeira vez."

O jogador Viola era um dos mais festejados integrantes da escola Imperador do Ipiranga, a terceira a entrar na avenida. Só este ano, o jogador saiu em 12 escolas no carnaval paulista. "Isso tá no sangue, é como futebol."

Na concentraçao, Viola criticou os religiosos que nao aceitaram imagens de santos nos carros alegóricos. "Como é que se pode contar a história do Brasil sem falar em religiao. É um absurdo, ninguém queria desrespeitar nada." Outra indignaçao do jogador era com relaçao aos artistas que, segundo ele, trocaram o carnaval paulista pelo carioca. "Tive vários convites para sair em escolas cariocas, mas acho que precisamos dar uma força aqui para valorizar cada vez mais a festa de Sao Paulo. Se eu fosse dirigente de escola, nao aceitaria de volta pessoas que deixaram o carnaval daqui só para irem aparecer mais no Rio, que já tem uma festa com mais infra-estrutura."

O ator Miguel Falabella, um dos destaques da Nenê de Vila Matilde, confessou ser um apaixonado pela escola de "seu" Nenê. "Nao torço por nenhuma escola no Rio porque sempre saio em várias. Mas, aqui em Sao Paulo, sou Nenê de coraçao. Foi esta escola que me trouxe para esta cidade."

Falabella falou ainda sobre as diferenças de desfilar no Rio e em Sao Paulo. "O carnaval do Rio está virando uma festa para turistas. Parece que aqui ainda tem povao na arquibancada."




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