Problemas em três carros alegóricos prejudicaram o desfile da Mangueira, que prometia ser um dos melhores dos últimos anos. O eixo da barra de direçao dos três carros alegóricos mais luxuosos da escola quebrou na entrada da concentraçao, provocando grandes buracos entre as alas. A evoluçao ficou prejudicada, com os últimos componentes passando correndo pela Marquês de Sapucaí.

Os problemas esfriaram o entusiasmo dos integrantes da Mangueira que recebeu apoio do público. A velha guarda da Estaçao Primeira, com a cantora Beth Carvalho à frente, ganhou muita palmas da arquibancada e dos camarotes.

Muito irritado ao final do desfile, o presidente da Mangueira, Elmo José dos Santos, nao quis comentar os problemas. Ele se limitou afirmar que a escola cumpriu seu papel. "A Mangueira a cada ano está se aperfeiçoando, juntando técnica com emoçao", disse. "Ela nao desfile sem emoçao."

A maior decepçao ficou com os destaques do carro Sala do Imperador, que nao chegou a entrar na avenida. Fiquei muito triste pela escola, era o carro mais bonito", lamentou a modelo Mariana Boscoli. O carro precisou ser rebocado após o final da apresentaçao do Mangueira. 'Estávamos muito empolgados, mas isso faz parte do show", afirmou Roberto de Xangó, que representava Dom Pedro II.

Os carros "Lençóis de Diamantes" e "Corte dos Esfarrapados" também tiveram problemas com na barra de direçao, mas conseguiram ser empurrados pela equipe de apoio da Mangueira.

Apesar dos problemas, a escola fez um desfile luxuoso e criativo. Um dos pontos altos do desfile foi a comissao de frente, que contou a história da luta pela liberdade dos negros no Brasil através da história de Dom Obá II. Coreografada pelo bailarino Carlinhos de Jesus, a comissao simbolizou o nascimento de príncipe da naçao iorubá e a diferença de tratamento entre os pobres e os ricos.