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Estopim é candidatíssima ao título em Diadema
Por Giba Bergamim Jr.
Do Diário do Grande ABC
07/02/2005 | 16:40
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A Estopim da Fiel se destacou no primeiro dia do desfile das escolas de samba de Diadema e caiu nas graças do público com seu samba-enredo que homenageou a cultura, a história e a culinária de Minas Gerais. No primeiro dia de folia na cidade, a agremiação corintiana desponta como forte candidata, juntamente com a Unidos da Vila, a levar o título hoje à tarde, na apuração no ginásio Mané Garrincha.

Nem mesmo o frio e a garoa fina desanimaram as cerca de 5 mil pessoas que lotaram as arquibancadas da avenida Ulysses Guimarães, vestindo roupas de moletom com capuz e capas de chuva. Gente com pouca roupa, só na avenida mesmo. Animada, a platéia aplaudiu respeitosamente todas as agremiações, inclusive a Tradição Centro Sul, que já entrou derrotada, com 20 minutos de atraso e cerca de 120 integrantes, metade do previsto pela escola.

Os desfiles das agremiações começaram às 22h15, uma hora depois do previsto. Motivo: os integrantes da escola Acadêmicos da Liberdade sequer deram as caras na avenida. “Vamos ver agora qual será a punição para a escola”, disse o presidente da comissão das escolas, Edson Luiz da Silva.

Com cerca de 600 foliões e quatro carros alegóricos, a Unidos de Vila Nogueira entrou na passarela às 22h35 com um desfile alegre e ousado. Para realçar o tema Respeitável público, hoje tem espetáculo, que reverencia o Circo-Escola de Diadema, malabaristas e contorcionistas atravessaram a avenida pendurados em cordas e desempenhando acrobacias na última alegoria. “Malabarista não, sou contorcionista aérea”, dizia Lourdes Maria Rosa, 39 anos, que começou a aprender a arte há três anos. Outro detalhe que também chamou a atenção foi a comissão de frente formada por foliões que se equilibraram em pernas-de-pau. Alas formadas por crianças e adultos vestidos de palhaços e mágicos também deram um colorido ao desfile da Vila Nogueira, cujos carros alegóricos representaram atrações circenses.

Na correria e com poucos integrantes, a Tradição Centro Sul entrou na avenida à 0h10 de ontem com apenas dois carros, um deles quebrado. “Espera mais um minuto que o pessoal está chegando”, foi o pedido de Marcelo Salvaterra, um dos organizadores da agremiação, à comissão de Carnaval. A escola perde um ponto a cada minuto de atraso. Em seguida, um dos intérpretes da Tradição deu início ao desfile pedindo desculpas à platéia. Mesmo derrotado, o samba-enredo que reverenciou os contos e lendas da selva amazônica, foi aplaudido. Um trio de passistas – duas loiras e uma morena – arrancou suspiros e gritos de “gostosa” dos marmanjos na arquibancada.

Aos berros de “tira o pé do chão”, os intérpretes da Unidos da Vila deram início ao desfile à 1h05. Com aproximadamente 380 foliões, a agremiação chamou a atenção pela altura dos destaques do carro abre-alas, cerca de 4 metros. Para se ter uma idéia, ao final da passagem, um dos foliões teve de descer antes que colidisse com um semáforo na avenida Ulysses Guimarães, já na dispersão. A comissão de frente formada por mascarados com roupas inspiradas na Grécia Antiga se apresentou com uma coreografia organizada. As fantasias também foram destaque na Unidos da Vila, que usou e abusou de tons fortes como o laranja e o rosa. Com o tema O Carnaval, origem, canto e magia através dos tempos, a escola homenageou todas as demais agremiações da cidade. Mesmo com um bom desfile, a escola pode perder pontos por ter estourado o tempo.

A Estopim da Fiel trouxe o intérprete Agnaldo Amaral, que canta os sambas da Vai-Vai há sete anos, para tentar vencer o Carnaval de Diadema. Mas não foi só este reforço que fez da escola uma das melhores da noite. Com bonitas fantasias e bateria afinada, a agremiação levantou o público na última apresentação da noite. Na boca dos cerca de 560 componentes, o samba-enredo Minas Gerais, a Estopim garimpa sua história animou a arquibancada. Destaque para o carro abre-alas que caracterizava um escravo negro. Manipulado por uma manivela, o boneco gigante movimentava os braços durante todo o desfile. A última das três alegorias representava São Jorge, objeto de devoção da massa corintiana. Durante a passagem da escola, a platéia ostentou uma bandeira gigante da torcida Gaviões da Fiel.

Segurança – Cem policiais militares e 110 Guardas Municipais foram os responsáveis para que tudo ficasse em ordem e não repetisse o tiroteio no final do desfile, assim como ocorreu no ano passado.

“Hoje tem mais policiais e me sinto mais seguro. Estive aqui no ano passado e saí correndo por causa do tiroteio”, afirmou o metalúrgico João Carlos Assunção, 43 anos, que assistia aos desfiles.

Colaborou Luciano Cavenagui



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