Dona Antônia Avelanedo Grande completaria 64 anos no dia 9 de abril. Moradora do Jardim Zaíra Central, em Mauá, ela morreu na noite de terça-feira, afogada pela água do córrego que passa nos fundos da casa e transbordou com a chuva daquela noite. Vizinhos e parentes contam que o Corpo de Bombeiros chegou uma hora depois que as águas tomaram a residência da aposentada. No ano passado, a possibilidade de essa tragédia acontecer era mínima.
No dia 11 de junho de 2010, a Prefeitura desapropriou o quartel dos bombeiros na Avenida Presidente Castelo Branco, a menos de 100 metros da casa de dona Antônia. No local, a administração municipal está construindo uma estação de ônibus. Se ainda estivessem no local, os bombeiros teriam chegado e pé na casa da vítima.
Agora, o grupo de bombeiros mais próximo do Zaíra está na Avenida Papa João XXIII, a cinco quilômetros dali. Com trânsito congestionado, a viagem pode demorar 30 minutos, aproximadamente.
"Uma troca muito injusta. Estamos sem proteção aqui, mas a Prefeitura achou mais viável dar mais um ponto de ônibus para o bairro", criticou a dona de casa Patrícia Alves de Oliveira, 35 anos. Para fugir da enchente de terça-feira e não se afogar, ela, os filhos e o marido saíram pela janela da casa. "Ligamos para os bombeiros, mas disseram que tinham ocorrências mais urgentes."
O funcionário público Alexandre Aparecido dos Santos, 34, estava ontem empenhado na remoção dos escombros da casa de dona Antônia. Revoltado, ele também discordou da mudança do quartel.
A Prefeitura foi procurada para comentar o assunto, mas não respondeu até o fechamento desta edição.
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