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Por que piolho vive na cabeça?
Por Caroline Ropero
Do Diário do Grande ABC
13/02/2011 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


O piolho é um pequeno inseto parasita (depende de outro ser para viver), que se alimenta de sangue e faz sua moradia entre cabelos e pelos. Os fios servem de esconderijo, oferecendo proteção e abrigo para os ovinhos, chamados lêndeas.

Ao longo de muitos anos, o piolho se adaptou a viver dessa forma. As pernas e as garras são apropriadas para se movimentar entre os cabelos. Seu lugar preferido é a nuca, onde a pele é mais fina e fácil para sugar. Em geral, eles migram para lá durante a noite, por isso a coceira aumenta nesse período. Isso ocorre devido às constantes picadas do bichinho para conseguir sugar o sangue. Além disso, sua saliva provoca irritação.

Há cerca de 3.000 espécies de piolhos. Alguns se alimentam do sangue de mamíferos, outros do de aves. Ele é marrom escuro, a lêndea é esbranquiçada, bem pequenininha e difícil de ser localizada e retirada. Permanece na forma de ovo por oito dias e, após mais oito, o inseto já está pronto para se reproduzir. Cada fêmea bota 10 ovos por dia na raiz do cabelo.

Por ser parasita, o piolho passa de uma pessoa para outra com facilidade, principalmente na escola e entre os alunos de 6 a 10 anos. Para evitar a contaminação, procure não compartilhar objetos pessoais como pentes, bonés, gorros, tiaras, travesseiros e almofada. Quem tem cabelo comprido deve mantê-los presos e todos devem passar pente fino nos fios para ter certeza de que nenhum bichinho está hospedado por lá. Se isso acontecer, é preciso ir ao médico e fazer tratamento.

 

Outros sugadores

Pulga, pernilongo e carrapato também se alimentam de sangue humano e de animais domésticos. A picada deixa a pele irritada e avermelhada e pode formar bolhas.

A pulga é ágil e grande saltadora. Alimenta-se do sangue de mamíferos e aves. O carrapato não pula. Vive no solo e em frestas de paredes à espera do hospedeiro. Ao encontrá-lo, coloca a boca na pele do animal e fica sugando por horas.

A picada do pernilongo passa quase despercebida na hora. Ele se alimenta e vai embora. Em geral, a gente só sente quando começa a coçar ou forma uma bolinha na região da picada.

 

Transmitem doenças

Todos os animais que picam podem transmitir doenças. Isso ocorre porque, ao sugar o sangue de um bicho ou pessoa infectada, ele passa a carregar o vírus da doença e contamina o próximo que atacar.

A pulga, por exemplo, pode transmitir a febre-tifoide. O barbeiro passa a doença de chagas, que ataca o coração. Se o bicho estiver contaminado, a área picada fica bem vermelha e dura. A pessoa tem febre, o fígado incha e o corpo fica com manchas vermelhas.

O mosquito Aedes Aegypti transmite a dengue e a febre- amarela. Diferentemente dos pernilongos comuns, esta espécie é a única em que o vírus consegue sobreviver.

Consultoria de Marcos Martinez, professor Dermatologia da Faculdade de Medicina do ABC

 

Saiba mais

- O piolho mede de 2 a 3 milímetros, tem corpo achatado, marrom-escuro, seis patinhas que funcionam como garras. Vive cerca de 45 dias

- O carrapato mede de 3 milímetros a 2 centímetros. Tem forma oval e quando fica sem comer é achatado. A cor varia de acordo com a espécie

- O pernilongo mede cerca de 1 centímetro e meio, tem duas asas e uma trombinha adaptada para sugar líquidos. Vive em torno de 40 dias

- O barbeiro é preto, tem manchas avermelhadas no corpo e, quando adulto, possui dois pares de asas. Vive entre um e dois anos. Há mais de 100 espécies do inseto nas Américas

- A pulga é quase preta, mede entre 2 e 4 milímetros e pode pular até 30 centímetros de altura. Há cerca de 200 espécies em todo o mundo. Vive por volta de quatro meses

- O Aedes Aegypti mede menos de 1 centímetro, é preto com pequenas listras brancas no corpo, na cabeça e nas pernas. Vive em regiões tropicais por 45 dias

 

Luana Galindo, 10 anos, pegou piolho quando estava na 1ª série, com 7 anos. "Minha cabeça coçava muito, principalmente na nuca." Depois de a mãe lavar o cabelo dela com xampu especial e passar pente fino, eles sumiram e, em uma semana, a coceira acabou.




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