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Ameaça chinesa deixa Taiwan em estado de alerta
Por Do Diário do Grande ABC
16/03/2000 | 10:33
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As forças armadas de Taiwan estao em estado de alerta e assim irao permanecer até as eleiçoes presidenciais de sábado, em resposta às ameaças chinesas de usar a força contra a ilha, caso tentasse se tornar independente. Cerca de 15 milhoes devem ir às urnas.

``Se Taiwan chegar a ser independente, nao poderemos falar mais de reunificaçao pacífica', advertiu Tang Shubei, um dos principais negociadores chineses encarregados de Taiwan. A questao da reunificaçao nao pode continuar ``eternamente' em suspenso.

Tang disse apenas o essencial, depois da advertência formal lançada na véspera pelo primeiro-ministro Zhu Rongji aos eleitores taiuaneses, pedindo a todos que nao sigam o caminho de uma independência formal.

Um dos três principais candidatos à presidência, Chen Shui-bian, defende posiçoes independentistas encaradas como ofensivas por Pequim, que considera Taiwan uma província rebelde desde a fuga dos nacionalistas, em 1949.

Tang Shubai negou-se a precisar qual seria a atitude da China nos dias posteriores à votaçao, dizendo que a ``reunificaçao da mae pátria' ainda levará tempo, ``mas se Taiwan se declarar independente, nao teremos outra opçao'.

O ministro da Defesa, Tang Fei, garante que apesar da ameaça chinesa nao haverá movimentaçoes de tropas no território.

``Pedimos às forças armadas que mantenham a calma, mas também que estejam em alerta, depois das declaraçoes de Pequim', disse Tang à imprensa.

A maioria dos especialistas militares ocidentais duvida que a China tenha a capacidade de vencer um conflito com o exército taiuanês.

A China disparou mísseis perto da costa taiuanesa, pouco antes da última eleiçao presidencial em Taiwan, em 1996, para intimidar os eleitores. Os Estados Unidos reagiram, enviando dois porta-avioes ao Estreito de Taiwan.

``Temos dito tanto aos chineses quanto aos taiuaneses que damos como certo que suas diferenças serao resolvidas de modo pacífico', disse o americano William Cohen durante sua visita ao Japao.

Cohen lembrou que os Estados Unidos, apesar de serem contra uma eventual independência de Taiwan, sao obrigados a entregar armamento defensivo a Taiwan, o que Pequim considera uma ingerência em seus assuntos internos.

O ministro chinês das Relaçoes Exteriores confirmou, por sua vez, que o embaixador dos Estados Unidos na ONU, Richard Holbrooke, chegaria a Pequim na noite de domingo para uma visita de dois dias.




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