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Preço do etanol terá
queda em fevereiro
Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
07/01/2011 | 07:22
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O preço do etanol, que nos últimos dois meses encareceu entre R$ 0,20 e R$ 0,30 e pesou no bolso do consumidor, deve se estabilizar, aumentando, no máximo, mais R$ 0,10 até o fim do mês, e chegando à média de R$ 1,89 na região. Em fevereiro, a expectativa é que o valor deva começar a cair, pois o estoque produzido deve ser desovado nas bombas até o fim de março, quando a nova safra da cana-de-açúcar tem início.

Essa é a estimativa do diretor do Regran, Eugênio Bianchi, proprietário de um posto em Santo André, que vai ao encontro da perspectiva da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

Segundo o representante da entidade em Ribeirão Preto, Sérgio Prado, o preço nas usinas já vem caindo, desde o primeiro dia do ano. De acordo com dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o litro com o frete para o Estado de São Paulo que estava R$ 1,17 dia 29, custava R$ 1,15 anteontem.

Hoje, no Grande ABC, o motorista paga na bomba cerca de R$ 1,79 no litro de etanol. Em alguns postos é possível encontrar por R$ 1,69 e, em outros, por R$ 1,89. O litro, em novembro, custava em média R$ 1,49. Na prática, quem gastava R$ 67 para encher o tanque, considerando um de 45 litros, passou a desembolsar R$ 76, quase R$ 10 a mais.

O cenário, entretanto, já foi pior. Há um ano, o litro de etanol batia a casa dos R$ 2 - essa era, inclusive, a expectativa de empresários do setor.

"Não acredito que neste ano chegaremos a este preço. Aqui no meu posto, o máximo que deve chegar é R$ 1,79, pois já venho acumulando aumentos de R$ 0,03 das usinas", explica Bianchi.

Santo Batistucci, proprietário de um posto em Santo André, concorda. "É comum o preço do etanol subir na entressafra. Mas conforme vai chegando perto da nova safra, o preço vai caindo novamente", diz. Em seu estabelecimento, litro é vendido por R$ 1,69. O único desconforto, segundo ele, é com os clientes. "Eles acham que a culpa é nossa. Acabo sendo obrigado a mostrar a nota com o valor de quanto paguei pelo combustível."

Para Prado, da Unica, o grande responsável pelas oscilações do custo do etanol é o mercado, que anda bastante aquecido. Dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) mostram que somente no ano passado foram comercializados 3,3 milhões novos automóveis e comerciais leves, sendo 86% com motor bicombustível.

"É a velha história da oferta e da demanda. Por enquanto, não há dificuldades de abastecimento mas, no decorrer do ano isso deve se tornar um problema. Teremos mais carros flex nas ruas e oferta de etanol semelhante à de 2010", aponta Prado.

Ele explica que esse é um problema que vem desde 2008, quando a crise econômica não permitiu que fosse feita manutenção nas lavouras. "Para estruturar uma usina, leva-se entre três e quatro anos. Com a crise, o investimento foi postergado. E o aumento da produção depende disso", diz. A quantidade de fábricas, que em 2008 chegou a 30, no ano passado caiu para nove




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