Busca, assim, evitar que empresas de outras nações registrem produtos da biodiversidade brasileira, como o cupuaçu, iniciativa de uma companhia japonesa. Essa briga o Brasil ganhou e o cupuaçu é, novamente, verde-e-amarelo.
O projeto de lei de combate à biopirataria, quando aprovado, criará a Lei de Acesso ao Patrimônio Genético. O texto já está em fase final de ajustes na Casa Civil. Deverá substituir a Medida Provisória 2.186, de 2001, que regulamenta o acesso aos recursos genéticos, mas não estabelece nenhuma sanção penal.
É por causa da ausência de uma legislação punitiva que o alemão Carten Herrmann Richard Rollof, 58 anos, preso domingo no aeroporto de Brasília com centenas de ovos de aranha-caranguejeira, acabou solto. Ele confessou à PF (Polícia Federal) que contrabandeava os ovos para fazer estudos científicos. Esse caso, hoje, está enquadrado na Lei de Crimes Ambientais.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que em 1995 apresentou ao Senado projeto criando o acesso ao patrimônio genético, afirma que com a lei da biopirataria o Brasil poderá proteger a sua biodiversidade. “O Brasil, por ser um país megadiverso, com cerca de 22% das espécies nativas do planeta, é muito visado.” Ela diz que há urgência para a lei. Seu projeto, por exemplo, está parado no Congresso há quase 10 anos.
De acordo com o diretor do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético do Ministério do Meio Ambiente, Eduardo Vélez, o projeto que está em fase final na Casa Civil atualiza o que foi apresentado pela então senadora Marina. Incorpora, ainda, outras propostas que tramitam no Congresso sobre o mesmo tema.
Apesar da falta de uma legislação específica para o combate à biopirataria, a ministra informou que seu ministério e o Ibama, em parceria com a PF, estão ampliando a capacidade de fiscalização desse tipo de crime. “Foram criadas delegacias especializadas em crimes ambientais e desenvolvidas campanhas de conscientização nos principais portos e aeroportos para combater o tráfico de biodiversidade.”
Conforme informações do Meio Ambiente, o Ibama também criou uma divisão específica para combater infrações de biopirataria e nos últimos meses deu vários cursos de capacitação nos aeroportos para fazer o controle sobre a saída ilegal de material biológico do Brasil.
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