Economia Titulo Paralisação
Servidores de Justiça do Grande ABC não aderem à greve da categoria

No primeiro dia de greve dos trabalhadores da Justiça,
fóruns das sete cidades funcionaram sem nenhum problema

Por Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
29/04/2010 | 07:00
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A greve dos servidores de Justiça, iniciada ontem pela categoria que reivindica reposição salarial, não teve grande adesão no Grande ABC. Na região, pouco mais de 10% dos funcionários aderiram ao movimento, que reclama ainda da falta de profissionais. No Estado, a avaliação de José Gozze, presidente da ASSTJ (Associação dos Servidores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), aponta que o percentual de adesão ao movimento teria sido superior a 40%.

Em visita aos fóruns da região, o Diário notou que pelos corredores é dada como certa a paralisação no caso de as negociações com o Tribunal de Justiça de São Paulo não avançarem nos próximos dias. Mas os fóruns das sete cidades funcionaram normalmente ontem, sem qualquer registro de atraso no andamento dos processos.

"A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Santo André possui sala que fica dentro do fórum e não notou nenhum problema, mas há conversas sobre paralisação em breve", conta a funcionária da entidade que preferiu não se identificar.

Em São Bernardo, um ônibus saiu da comarca levando os trabalhadores que quiseram participar da assembleia geral promovida pelo Sindicato na Praça João Mendes, na Capital paulista. No entanto, dos 600 funcionários do local, menos de 50 foram acompanhar o evento.

"Não temos notado problemas em nenhum setor aqui, mas ainda é cedo, porque alguns já negociam parada", avaliou funcionária que também preferiu permanecer no anonimato.

Em Mauá, 20 servidores foram destacados dos demais para participar do encontro na Capital. "Eles foram nos representar e vamos aguardá-los para saber como ocorreram as negociações e o que foi proposto para minimizar nossos problemas. Do jeito que estamos, não dá para ficar", avaliou servidora que preferiu não revelar seu nome.

SEM ACORDO - Na tarde de ontem, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Antonio Carlos Viana Santos, reuniu-se na sede do Palácio da Justiça com a comissão de negociação das associações, sindicatos e entidades que representam os servidores do Poder Judiciário para tentar acordo com a categoria.

O desembargador prometeu reajuste salarial de 4,17% e também acelerar as tratativas com o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Barros Munhoz, para colocar em votação na terça-feira o plano de cargos e carreiras do funcionalismo, que aumentaria os postos de trabalho já defasados. A categoria pede mais 15 mil vagas em todo o Estado. Após análise, a proposta foi rejeitada pela classe.

Em nota oficial, o ASSTJ afirmou que a decisão de não aceitar o reajuste partiu do clamor das pessoas presentes ao ato ontem, no Centro de São Paulo.

"O percentual oferecido é inferior até mesmo ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de março de 2009 a fevereiro de 2010 apurado em 4,77%. Além disso, como já é sabido, a Assembleia estará envolvida com as eleições no segundo semestre. Ou seja, a possibilidade de qualquer coisa ser votada é muito remota" atestou o presidente da ASSTJ no comunicado.

Com a decisão de manter a greve, o sindicato conclamou trabalhadores a comparecerem à Assembleia Legislativa, na terça, exigindo a votação do PLC 43/2005 (Plano de Cargos e Carreiras). Além disso, a classe deve realizar novo encontro na Praça João Mendes na quarta-feira, às 13 horas.




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