A reunião de cúpula e o acordo obtido entre o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, e o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmud Abbas, representam o melhor passo rumo à paz após quatro anos de batalha, destacou a imprensa americana nesta quarta-feira.

"É muito cedo para decidir se toda esta boa vontade é somente resultado de cansaço de batalha ou de uma nova fase em um conflito que provocou tanto derramamento de sangue e lágrimas", destacou o jornal The New York Times. "Os israelenses terão de se mostrar exigentes, realistas e inteligentes, especialmente em não desestabilizar Mahmud Abbas, que não é seguido cegamente pelo seu povo", continuou. O jornal ainda falou que os palestinos deverão sem atraso 'castigar' todos aqueles que violem o cessar-fogo.

A imprensa dos Estados Unidos pediu que o premiê israelense Ariel Sharon e Abbas demonstrem valentia em benefício da paz. "Abbas tem coragem para se comprometer com a paz?", perguntou o editorial do USA Today. A criação de um Estado palestino depende agora da valentia que Abbas venha a demonstrar frente aos grupos terroristas, que poderiam rapidamente atentar contra toda a tentativa para se obter a paz, continuou o diário.

Os jornais se mostraram ainda extremamente prudentes, como no caso do Los Angeles Times, perante a possibilidade de que as duas partes voltem a se encontrar no mesmo ponto onde estavam há 12 anos, ou seja, o começo de um longo processo que pode desmoronar a qualquer momento.

O The Washington Post felicitou os aliados americanos, europeus e árabes por sua cooperação e eficácia no conflito. O jornal, além disso, destacou a ausência da nova secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, na reunião de cúpula, dizendo que isto permitiu 'o espetáculo reconfortante dos dirigentes israelenses e palestinos trabalhando juntos sob o patrocínio de vizinhos egípcios e jordanianos'.

Após um longo tempo ausente, a administração de George W. Bush, presidente dos EUA, lidou com o tema de maneira hábil, ressaltou o Los Angeles Times. "A ausência de Rice reafirma que corresponde a Israel e aos palestinos o entendimento sobre a paz... a promessa de Bush de liberar US$ 350 milhões aos palestinos também mostra que Washington está pretendendo desempenhar um papel indispensável de apoio", acrescentou o jornal.