Setecidades Titulo
Preso acusado de alugar armas a serviço do PCC no Sítio dos Vianas
Por Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
16/03/2006 | 08:07
Compartilhar notícia


Jorge Gustavo Ribeiro, 45 anos, foi preso nesta quarta no Sítio dos Vianas, em Santo André, acusado de alugar armas para criminosos a mando do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção com ramificações dentro e fora dos presídios paulistas. De acordo com a polícia, o armamento locado era utilizado para realizar roubos de carros e proteção em bocas de tráfico.

Além de uma espingarda calibre 12 com a inscrição da facção criminosa, policiais do 6º DP de Santo André apreenderam no barraco de Ribeiro um CD com 15 músicas enaltecendo o PCC, no estilo funk proibidão.

No barraco do acusado, os policiais também encontraram munição, aparelhos eletrônicos que seriam utilizados como pagamento dos aluguéis das armas, bem como seis pássaros silvestres sem autorização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Além de porte ilegal de armas, Ribeiro foi preso em flagrante por apologia ao crime, crime ambiental e receptação de produtos roubados.

A polícia passou a investigar Ribeiro após uma denúncia anônima ser enviada à equipe de investigação do 6º DP no dia 21 de janeiro. De acordo com o denunciante, Ribeiro estaria usando o barraco onde morava para guardar diversas armas e alugá-las.

“Passamos a investigar o caso, colhemos informações iniciais e pedimos autorização judicial para fazer uma busca completa no barraco”, afirmou o delegado titular do 6º DP, Darci Freitas, responsável pela investigação.

A juíza da 2ª Vara Criminal de Santo André, Aparecida Angélica Correia Nagao, concedeu nesta quarta mandado de busca e apreensão e os policiais foram até o barraco, localizado na viela São Pedro.

A espingarda calibre 12 apreendida tinha a inscrição do PCC cravada no cabo de madeira. De acordo com a polícia, o dinheiro arrecadado ia para integrantes do PCC que controlariam o tráfico de drogas no Sítio dos Vianas.

O preço do aluguel variava de acordo com o calibre da arma e o período de locação. Uma espingarda calibre 12, por exemplo, era alugada a grupos de criminosos a R$ 2 mil pelo período de dois dias. Um revólver calibre 38, mais comum no mercado do crime, era locado por R$ 100 ao dia.

Ribeiro negou à polícia todas as acusações. Disse que trabalhava como pedreiro e que não tinha idéia de como a espingarda foi parar em sua casa, bem como os outros objetos apreendidos. O acusado negou que trabalhava a mando do PCC.

Entre os aparelhos eletrônicos apreendidos, estavam três toca-CDs, uma filmadora digital, três máquinas fotográficas digitais, uma agenda digital, 17 relógios, quatro celulares e cinco aparelhos de telefone fixo.

“Temos informações que parte desses objetos era pagamento do aluguel das armas e parte era roubado diretamente das vítimas. Segundo investigação, sabemos que muitos grupos de criminosos que não têm dinheiro para comprar armas resolvem alugá-las para realizar crimes durante dois, três dias, por exemplo. Depois devolvem o armamento”, contou o delegado.

“Os principais crimes cometidos seriam roubos de carros e para dar segurança em pontos de tráfico. Nesse último caso, o armamento muitas vezes nem está com munição, servia apenas para intimidar e impor respeito na área”, acrescentou.

Reincidência – Somente neste mês, no Sítio dos Vianas, a polícia realizou duas ações que resultaram em apreensões de drogas e prisões de acusados de tráfico. Na segunda-feira, policiais militares da 2ª Companhia do 41º Batalhão encontraram 377 papelotes de cocaína, 41 trouxinhas de maconha, dois rádio-comunicadores e R$ 66 em notas de pequeno valor.

Foram presos Eduardo José de Souza, 19 anos, Paulo Roberto Alves, 19, e Rogério Muniz da Silva, 20, além de três adolescentes de 17 anos e um garoto de 16 anos. Os policiais os surpreenderam em uma viela da rua das Graças.

O outro caso ocorreu na sexta-feira passada, durante ação do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) de Santo André. Foram apreendidas 150 papelotes e 146 cápsulas de cocaína, além de 35 trouxinhas de maconha. Foram detidos Sandro dos Santos Farias, 22 anos, Diogo de Lima Bernardes, 25, e três adolescentes.

Os investigadores do Garra conseguiram surpreender o grupo em um beco da favela. Entre os detidos, três atuariam como vapores, vendendo a droga, e os outros dois como olheiros. Dois rádio-comunicadores foram encontrados com o grupo.

A polícia acredita que a droga no Sítio dos Vianas chegaria por duas vias. A primeira por São Bernardo, por meio de pequenas embarcações que usam braços da represa, bem como por ruas de terra que cruzam a estrada do Montanhão. A segunda via seria da zona Leste da capital, em que os carregamentos sairiam da favela da Juta.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;