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Crispim dá canseira a seu intérprete
Por Danielle Araújo
Da Tv Press
01/08/2005 | 08:43
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O ciúme exacerbado de Crispim, de Alma Gêmea, dá literalmente canseira ao intérprete Emilio Orciollo Netto. Toda vez que lê no script que terá de jogar mais um pretendente da irmã Mirna, vivida por Fernanda Souza, no chiqueiro, o ator trata de guardar suas energias para o set. No dia anterior, dorme cedo e faz uma alimentação saudável. Também pudera. Para fazer uma cena de briga, a equipe leva no mínimo duas horas. Cada take é repetido pelo menos três vezes. Tudo para dar credibilidade à disputa. No dia em que gravaram o Crispim jogando o guarda Artur, interpretado por Adilson Girardi, na lama, os atores pareciam estar mesmo num ringue de boxe. A cena, que vai ao ar nesta segunda-feira, deixou ambos exaustos. Nos pequenos intervalos, eles aproveitavam para beber muita água e respirar. Sem forças, eles mal respondiam as perguntas do diretor. O único momento em que Emilio conseguia balbuciar era para pedir uma banana. "Potássio me ajuda muito nessas horas. E olha que faço diariamente 40 minutos de exercícios. Quem não tem resistência física, não agüenta esse ritmo não", afirma Emilio.

O ritmo puxado da gravação não é mesmo problema para Emilio. A maior dificuldade do ator era controlar as dores de uma lesão que tem no joelho. Por conta disso, o ator contou com o apoio de um dublê para fazer os takes que exigiam movimentos mais bruscos. "Essa é, realmente, uma ajudinha bem-vinda", garante. Adilson, por sua vez, mesmo com um dublê à disposição, não se livrou das piores partes da cena. Sem escapatória, ele repetiu duas vezes o momento em que seu personagem cai de cara na lama e no meio dos porcos. Enojado, chegou até sentir ânsia de vômito. "Para amenizar a situação, eu pensava que lama faz bem para a pele. Pelo menos, é o que dizem", diverte-se.

Em meio a esse empurra-empurra, Fernanda Souza e Emiliano Queiroz, intérprete do tio Bernardo, aguardavam a hora de entrarem em cena. Pacientes, os dois observavam o desempenho dos seus colegas de elenco e, de vez em quando, pegavam água para eles. Em outros momentos, Fernanda se distraía com a pata Doralice, que aliás é a maior confidente de sua personagem na trama. Mas nem sempre foi assim. No início da novela, a atriz morria de medo da ave. Como era a primeira vez que estabelecia contato com o animal, jurava que ela ia bicá-la e fazer xixi em cima dela. Foram necessários dias para se sentir mais confortável em cena. "Acho até que ela já me conhece. A Doralice é a única referência feminina da minha personagem, já que a Mirna não tem mãe", afirma. Já com os outros animais do núcleo caipira, Fernanda não tem a mesma simpatia. Se não tiver de contracenar, a atriz se mantém longe do cavalo, do boi e das vacas. "Entro em pânico só de ficar perto desses bichos, que são maiores do que eu", confessa.

Caipiras são recorrentes nas tramas de Walcyr Carrasco. O autor nasceu e morou até os 15 anos em Bernardino de Campos, no sudoeste paulista. "Coloco nas novelas uma parte da minha infância. Esse universo caipira é muito próximo de mim", explica o Carrasco.




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