Cultura & Lazer Titulo
Ver para querer
Márcio Maio
Da TV Press
25/04/2007 | 07:03
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Basta Flávia Alessandra aparecer com um modelito novo na novela Pé na Jaca, na Globo, para que os telefones da emissora não parem de tocar. Uma das personagens mais populares da história de Carlos Lombardi, Vanessa já entrou para o hall daquelas que ditam moda fora da TV e inspiram o jeito de se vestir das telespectadoras. Mérito conjunto da atriz e da figurinista, Marie Salles, que escolhe a dedo cada acessório e peça de roupa que Flávia usa nas gravações. O melhor resultado é o dos maiôs, tema da maioria das ligações e das cartas que a emissora recebe sobre moda. “Desde dezembro, mais de uma peça da Vanessa entra na lista dos 10 itens que mais interessam ao público que liga para a emissora”, diz Marie. Em Paraíso Tropical a situação não é muito diferente. O maiô usado por Bebel, de Camila Pitanga, para se exibir em Copacabana, conhecido como engana-mamãe, já virou febre entre as consumidoras.

Há muitos anos, a teledramaturgia influencia o modo de se vestir dos telespectadores. Em 1970, por exemplo, o corte de cabelo de Tônia Carrero passou a moldar a cabeça da maior parte das fãs da novela Pigmalião 70, na qual a atriz interpretava a milionária Cristina. Tarcísio Meira também lançou moda em 1973, com suas botas de sola de borracha, em Cavalo de Aço.

Mas foi em 1978 que uma revolução no vestuário das novelas aconteceu. Na época, Gilberto Braga escrevia a trama Dancyn' Days e Sônia Braga encarnava a pra frentex Júlia. A história contava com uma virada na vida da personagem, quando a moça retornava de uma temporada na Europa. De visual novo, suas peças começaram a cair no gosto popular de tal forma que passaram a influenciar os hábitos de consumo dos telespectadores. Muitos foram os produtos que se destacaram, como as meias de lurex coloridas, águas de colônia, sandálias de salto fino e até uma boneca, a Pepa, que na época chegou a ter 400 mil unidades vendidas pela fábrica. “Há muito tempo não se vê algo tão revolucionário”, afirma Marília Carneiro, que assinou o figurino da novela.

Para que um acessório ou peça de roupa caia nas graças do público, é fundamental que o personagem esteja fazendo sucesso. Essa é a opinião da maioria dos figurinistas que experimentam ver suas criações e descobertas nas ruas. Regina Duarte, por exemplo, fez sucesso com as jóias e bijuterias da hilária Viúva Porcina e os chapéus e a franja reta de Maria do Carmo, de Roque Santeiro e Rainha da Sucata, respectivamente. “Até hoje as pessoas me falam desses trabalhos. Foram os mais marcantes na minha carreira”, lembra, saudosista.

Com Sônia Braga, a teoria também se confirma. Até hoje, a atriz não passa uma entrevista sem ter que responder alguma pergunta sobre sua Júlia Mattos, de Dancyn’ Days. “Eu ficava impressionada. De uma hora para outra, minhas roupas na trama estavam em todas as pistas de dança. Foi uma febre”, diz.




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