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Sindicato pressiona farmacêuticas
Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
01/12/2004 | 10:57
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O Sindicato dos Químicos do ABC, ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores), quer pressionar as indústrias farmacêuticas da região com uma série de ações para conseguir reajustes superiores aos 5,72% propostos até agora pelo Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo) para a categoria.

O primeiro alvo dos químicos foi a EMS, de São Bernardo, que possui cerca de 480 trabalhadores e já recebeu aviso de greve. Nesta quarta acontece reunião entre sindicalistas e a direção da empresa para definir o índice de reajuste e questões relacionadas às condições de trabalho.

A EMS divulgou nesta terça-feira nota oficial informando que oferecerá aos trabalhadores de São Bernardo o mesmo reajuste concedido aos funcionários de sua planta em Hortolândia (SP), de 8% relativo a novembro e 1% em março de 2005.

Ainda estão programados atos na Igefarma e UCI Farma, ambas também de São Bernardo, até sexta-feira. Segundo o sindicato dos trabalhadores, serão realizadas assembléias e tentativas de negociação direta.

Wanderley Salatiel, diretor do Sindicato dos Químicos do ABC, afirmou que qualquer proposta da EMS ainda será avaliada em assembléia. "Precisamos saber como os trabalhadores receberão a proposta, quando ela for oficializada. Se não aceitarem, poderemos até fazer paralisações", afirmou.

Negociação - A indústria farmacêutica tem cerca de 3 mil trabalhadores no Grande ABC, segundo a CNQ (Confederação Nacional dos Químicos), da CUT, que negocia com o sindicato patronal reajuste para trabalhadores de todo o Estado de São Paulo.

"Estávamos realizando negociação conjunta com o Ceag-10, que reúne os outros sindicatos patronais do setor químico. Neste ano, porém, as empresas do setor farmacêutico resolveram fazer uma negociação separadamente. Acredito que não tenham concordado com o andamento, por alguma razão", afirmou Marcelo Peres, coordenador regional da CNQ no Estado de São Paulo. O Sindusfarma não se manifestou sobre o assunto nesta terça.

A proposta patronal prevê reajuste fixo de 5,72% - referente à inflação de dezembro de 2003 a novembro de 2004 - e abono de R$ 300 a R$ 800 escalonados por faixas salariais. A CNQ quer reajuste de pelo menos 8% para o piso da categoria, de R$ 572.

Segundo os sindicalistas, o Sindusfarma também propôs mudança na data-base da categoria de novembro para abril, que tem "grande chance" de ser aceita, diz Salatiel, do Sindicato dos Químicos do ABC.

"Para os trabalhadores é uma proposta razoável, pois, no primeiro semestre, a produção industrial já está aquecida e com perspectiva de crescimento, o que gera situação favorável para a negociação", afirmou.

Não há mais reuniões de negociação previstas para esta semana. Segundo a CNQ, se não houver posicionamento do Sindusfarma até domingo, a negociação poderá ir à Justiça do Trabalho.

Encerrada - A negociação realizada com os outros ramos do setor químico, encerrada no início de novembro, resultou em aumento salarial de 8% para toda a categoria, mas o Sindicato dos Químicos do ABC conseguiu reajustes superiores em negociações diretas com as empresas.




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