Você gostaria que alguém invadisse um espaço que é seu? Ninguém gosta, não é? No trânsito, esse aborrecimento acontece, mas nos dias atuais, as faixas brancas que protegem o pedestre estão mais em evidência e motoristas já estão mais atentos quando alguém bota um pé sobre elas. Em São Caetano, por exemplo, as faixas são obedecidas dessa forma na Rodoviária Nicolau Delic. Além disso, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Mobilidade Urbana, vem trabalhando de forma lúdica com os clows - artistas de rua - o comportamento adequado de motoristas e pedestres nas faixas da cidade. Isso é um verdadeiro exemplo de cidadania. Entretanto, em alguns países da Europa, como no centro de Londres, na Inglaterra, tornou-se um comportamento normal e com direito a punição se o motorista desrespeitar a preferência. O que é um fato corriqueiro lá, ganha dimensão aqui. No Brasil, a referência são as cidades de Brasília, no Distrito Federal, e Gramado, no Rio Grande do Sul. 

SEM PRESSA
Muitas vezes, quando o pedestre atravessa na faixa e, no meio dela, o semáforo fica verde para os veículos, ele tem que correr, pois senão corre o risco de ser atropelado. Nesses casos, é bom lembrar aos pedestres que quando estiver no meio da faixa, se o sinal abrir para os motoristas, ele (a pessoa que atravessa a pé) terá a total preferência. Lei, inclusive, que está garantida nos artigos 70 e 71 do Código de Trânsito Brasileiro. Está escrito: "Deixar de dar preferência a pedestre ou a veículo não motorizado na faixa a ele destinada a infração é gravíssima, o condutor ganha sete pontos na CNH e a multa é de R$ 191,53."

Na prática, só ocorrerá infração caso o veículo ocupar a faixa quando o sinal estiver fechado, impedindo o natural vai e vem dos pedestres, isso é, bloqueando o espaço reservado para a sua travessia com segurança. Se for flagrado, o condutor deverá desembolsar a quantia de R$ 85,13. 

DICAS
Na dúvida: só atravesse a faixa de pedestre quando tiver certeza de que o carro parou definitivamente permitindo sua passagem.

Sensatez: ao motorista. Não dirija a mais de 60 km/h em ruas das cidades. Diminua a marcha bem antes da faixa, se for parar, atenção no retrovisor para o carro que vem atrás. Pare sempre que notar com antecedência um pedestre na calçada em um dos extremos da faixa em atitude indicando que pretende atravessar a via. 

CALÇADAS
Órgãos públicos têm a responsabilidade de priorizar a segurança no trânsito, incluindo a reformulação e reconstrução das calçadas. As prefeituras têm de assumir o compromisso desse trabalho. Imagina se cada morador fosse responsável por fazer a ligação da rede de esgoto, emendando a tubulação da sua casa com a do seu vizinho. Isso seria uma forma de garantir padrões adequados de caminhabilidade, seguindo recomendações técnicas de piso e de plantio adequado nas calçadas. É comum vermos raízes de árvores danificarem o pavimento. 

MOBILIDADE SUSTENTÁVEL
Os organismos públicos devem buscar na gestão urbana uma política de enfoque múltiplo, que aborde os diversos problemas que o grande número de veículos acarreta nas cidades, tratando de moderá-los na medida do possível, com diferentes iniciativas em vários âmbitos. Isto deve ser feito por meio de políticas públicas que alavanquem o processo de mudança do paradigma ainda vigente da priorização do automóvel através do planejamento e implantação de infraestruturas adequadas à caminhada e à utilização da bicicleta, buscando calçadas e rotas urbanas acessíveis, ciclovias e/ou ciclofaixas seguras e agradáveis, bem como equipamentos urbanos destinados aos usuários de bicicletas como paraciclos, bicicletários e pontos de apoio aos ciclistas, oferecendo acessibilidade a diferentes destinos, sempre integradas ao sistema viário e ao transporte público de passageiros.