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UPAs de Mauá estão sem médicos aos fins de semana

A descentralização do atendimento de urgência em Mauá ainda rende duras críticas à Prefeitura

Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
18/04/2012 | 07:00
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A novela continua. A descentralização do atendimento de urgência em Mauá ainda rende duras críticas à Prefeitura. Enquanto em alguns dias da semana o quadro de médicos aos poucos é ajustado nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), aos fins de semana a situação é caótica, segundo os pacientes.

Ontem, vizinhos, comerciantes e pacientes confirmam a situação. Depois que o Hospital Nardini deixou de oferecer as especialidades de pediatria e clínica médica - em 31 de março - a procura nas UPAs disparou. No entanto, o número de médicos permaneceu o mesmo. Na UPA da Vila Assis, ontem à tarde, dois clínicos gerais atendiam os pacientes. Inclusive crianças, em virtude da falta de pediatras. A única unidade de acordo com padrões do Ministério da Saúde era a Vila Magini, onde atendiam cinco médicos.

A Prefeitura já reconheceu a dificuldade na contratação de médicos, mesmo com oferta de salário de R$ 8.000, mas não esclarece por que as unidades foram abertas mesmo sem dispor de corpo clínico suficiente para garantir atendimento 24 horas, todos os dias da semana.

Na UPA Zaíra, por exemplo, a própria administração municipal reconhece que não há médicos aos sábados. Os que integravam a equipe pediram demissão. As 11 contratações de médicos prometidas para fevereiro ainda não foram feitas. A Prefeitura firmou convênio com a Fundação do ABC para o gerenciamento das três unidades, que envolve contratação de profissionais. Não há previsão do término da seleção. A Secretaria de Saúde não pretende abrir vagas.

Na semana passada, a doméstica Arlete de Oliveira, 46 anos, procurou a UPA Zaíra e foi informada que o clínico geral disponível atendia apenas emergências (pacientes trazidos de ambulâncias). "Só atende quem chega morrendo", reclama.

Há cerca de duas semanas a dona de casa Ângela Valéria Martins, 34, levou o pai até a UPA em um sábado à noite. Ele teve crise de hiperglicemia. "Não tinha médico, não tinha ambulância nem enfermeiros. Só recepcionistas. Demorou uma hora e meia para ele ser transferido ao Nardini. Muitos vêm de longe. Desde quando quem está doente tem condições de ir de uma UPA para outra?", questiona, revoltada.

Ontem à tarde, ela foi fazer exame de urina e não enfrentou dificuldades. "O problema é pior no fim de semana. Não podem fechar. Fica aberta às moscas."




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