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CPI do Metrô: pedido foi para gerar fato político
Por Nicolas Tamasauskas
Do Diário do Grande ABC
28/02/2007 | 00:18
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O deputado estadual Simão Pedro (PT), um dos autores da ação que pediu no STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura da CPI do Metrô, admitiu nesta terça-feira que a iniciativa visou criar um “fato político”. A menos de 15 dias do fim da atual legislatura, a Assembléia não conseguiria investigar os aspectos que envolveram o surgimento da cratera na Linha 4, em Pinheiros.

Parlamentares do Grande ABC se mostraram divididos quanto à ação no STF. Aliado do governador José Serra, o eleito José Augusto da Silva Ramos (PSDB-Diadema) disse que a comissão parlamentar que acompanha as investigações da tragédia é suficiente para apurar as causas. “A questão é só jurídica. Essa comissão foi criada em um acordo entre todos os partidos e está acompanhando o caso.”

Simão Pedro prometeu entrar com novo pedido de CPI assim que mudar a legislatura, no próximo dia 15. “Essa comissão de acompanhamento não tem autoridade para investigar o acidente”, criticou o petista. Ele citou como exemplo a falta de poder em convocar, na ocasião, o presidente do Metrô Luiz Carlos David, recentemente demitido do cargo. “Uma CPI teria esse poder”.

A petista Ana do Carmo (São Bernardo) acredita que o grupo parlamentar se esvaziou. “Também o secretário de Transportes foi convidado para depor, mas não compareceu”, exemplificou.

Giba Marson (PV-São Bernardo) aponta o Governo como responsável pelas dificuldades de a comissão acompanhar o desenrolar das investigações. “É preciso uma CPI.”

Nesta terça-feira, na Assembléia, o presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, Murilo de Campos Pinheiro, revelou que “faltou gerenciamento da empresa no andamento da obra do Metrô”. Pinheiro também criticou o modelo de PPP (Parceria Público-Privada) adotada para a construção da Linha 4.

Eleição - A bancada do PT se reúne nesta quarta-feira com o candidato tucano à presidência da Assembléia Vaz de Lima, quando deve definir o apoio à sua eleição. Os petistas querem a 1ª e a 4ª secretarias da Mesa Diretora ou a presidência das comissões mais importantes: Constituição e Justiça, por onde passam todos os projetos de lei, e Finanças e Orçamento.

Os petistas querem que Vaz de Lima assine um documento se comprometendo a ceder espaço para o partido, entre outras concessões. “Na eleição do Rodrigo Garcia (atual presidente do PFL) fizemos acordos verbais com ele, e não foram cumpridos", argumentou o deputado Simão Pedro.



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