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Petista perto de ser preso novamente após 38 anos
Humberto Domiciano
Do Diário do Grande ABC
06/04/2018 | 07:00
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Quase 38 anos depois, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode voltar a ser preso. No dia 19 de abril de 1980, o petista foi detido durante greve do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Lula ficou atrás das grades por 30 dias no Dops (Departamento de Ordem Política e Social). Naquele mês, a paralisação dos metalúrgicos alcançava 45 dias. O Estádio da Vila Euclides, depois rebatizado 1º de Maio, era palco de manifestações da categoria que reuniam milhares de metalúrgicos.

Após a prisão de Lula houve intervenção no sindicato, autorizada por Murilo Macedo, então ministro do Trabalho do governo do general João Batista Figueiredo. A detenção do fundador do Partido dos Trabalhadores resultou em processo aberto pela Justiça Militar. Em fevereiro de 1981, ele foi julgado pela primeira vez e acabou condenado por incitação à desobediência coletiva.

No dia 25 de fevereiro de 1981, a 2ª Auditoria da 2ª Circunscrição Judiciária Militar, em São Paulo, condenou o petista e outros dez metalúrgicos a três anos e meio de prisão. E todos tiveram direito de recorrer em liberdade.

Lula voltou a ser condenado em 19 de novembro daquele ano, mas em clima completamente diferente do primeiro julgamento. Foi permitida a entrada de cartazes com críticas à punição anterior aplicada ao petista.

O caso chegou ao STM (Supremo Tribunal Militar) em abril de 1982. No dia 16 daquele mês, a maioria da Corte – nove votos a três – decidiu levar o processo à Justiça Federal para ser analisado sob a Lei de Greve. A ação prescreveu antes de cumprir essa etapa e Lula foi absolvido.

O ex-presidente havia comandado as maiores greves na região no fim dos anos 1970 e começo dos 1980, movimentos que o levaram à liderança nacional em plena ditadura militar (1964-1985). O então dirigente do sindicato protagonizava manifestações contra baixos salários e as precárias condições de trabalho, entre outros temas.

JUSTIÇA
São sete processos, ao todo. O petista é acusado de receber propina da OAS, que se comprometeu a reformar um sítio na cidade de Atibaia. Assim como o triplex, o imóvel é atribuído ao ex-presidente, o que ele nega.

Lula também responde por tentativa de obstrução à Justiça, de ser nomeado irregularmente ministro no governo Dilma Rousseff (PT), de obter ilegalmente terreno para construção de seu instituto, de tráfico de influência (esse no âmbito da Operação Zelotes) e de irregularidades em transações do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em Angola. 




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