Quem foi nesta terça-feira ao Teatro Paulo Machado de Carvalho, em São Caetano, presenciou um momento histórico. Pela primeira vez nos dez anos da era Neschling, a Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) apresentou-se na região. E o melhor: trouxe o renomado pianista brasileiro Nelson Freire, ovacionado pelas cerca de mil pessoas que quase lotaram o espaço.

O maestro John Neschling explicou ao público que o programa seria o mesmo que a Osesp apresentará em Paris, na despedida de sua primeira turnê européia. “Não é um programa fácil”, avisou.

A orquestra executou primeiramente a Abertura Concertante de Camargo Guarnieri e depois, com Freire no comando do piano Steinway & Sons, o Concerto nº 4 para Piano em Sol Menor, Op. 40, de Rachmaninov. O pianista fez uma performance memorável, como era de se esperar. E o que se viu foi o casamento perfeito entre orquestra e solista. Freire foi aplaudido em pé e, diante da insistência dos aplausos, ainda tocou a Melodia, de Gluck. Na segunda parte, a Osesp tocou a Sinfonia nº 1 em Sol Menor, Op. 13. de Tchaikovsky. Executou no bis Mourão, de Guerra Peixe, em que músicos surpreenderam ao entrar com zabumba e triângulo no meio da orquestra.