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Em 30 anos, casa fica 19,21% mais cara
Tauana Marin
Especial para o Diário
30/08/2007 | 07:00
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Se de um lado o corte de juros e o alongamento dos prazos de financiamentos feitos pela CEF reduzem o custo da prestação do imóvel, por outro, o maior número de anos para pagar implica em aumento substancial da dívida do mutuário. É o que mostram simulações feitas por Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac.

Num imóvel com valor de R$ 130 mil e financiado por 20 anos, a primeira prestação é de R$ 1.138,44 e a última, de R$ 487,60. Já o mesmo imóvel financiado por 30 anos, as prestações caem, respectivamente para R$ 1.012,05 e R$ 373,71.

Aqui, o consumidor ganha, porém, o valor total pago no prazo de 20 anos é de R$ 205.631,38 ante R$ 245.130,81 por 30 anos. Na ponta do lápis, o adquirente à casa própria teve prestações mensais até 23,36% mais baratas no prazo de 30 anos, mas no saldo final, pagou 19,21% mais pela moradia.

Para Oliveira, esse alongamento de prazo acarreta um custo final maior, pois quanto maior é o prazo do financiamento menor é a prestação mensal, “mas igualmente mais caro fica o imóvel por conta de uma quantidade maior de juros”, diz. O vice-presidente da Anefac destaca que mesmo que o consumidor opte pelo prazo de 30 anos, o ideal é lançar mão do sistema de liquidação via débito em conta ou em folha de pagamento . “Caso haja essa opção, é possível obter uma redução de juros de um ponto percentual ao final do contrato”, alerta.

Oliveira pede calma para quem está atrás de empréstimos imobiliários em bancos para comprar a casa própria. “Com a elevada concorrência no setor, os bancos estão reduzindo taxas e dando condições melhores aos clientes”, diz.

Um exemplo disso é que as mudanças do crédito imobiliário com recursos do FGTS só entrarão em vigor no ano que vem. Segundo a superintendente da CEF, Marjori Soraia de Oliveira, a decisão de ampliar o prazo de 20 para 30 anos tem como objetivo deixar a prestação mais acessível para os consumidores.

Vale lembrar que as modificações anunciadas pela CEF só vão valer para os novos mutuários. Aqueles que já fizeram o financiamento imobiliário estão fora do novo sistema.

A instituição vai implementar as novas medidas a partir da próxima segunda-feira, assim como irá atualização dados e informações de seu site, que até a data continua viabilizando as modalidades atuais de financiamento, sem as mudanças divulgadas. (Com AE)




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