Setecidades Titulo Edifício Senador
Empresa fará laudo de prédio lacrado
Elaine Granconato, Rafael Ribeiro e Rogério Santos
10/02/2012 | 07:00
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Fernando Nonato/DGABC


A Prefeitura de São Bernardo contratou o Falcão Bauer para fazer perícia no prédio comercial que desabou parcialmente na noite de segunda-feira, localizado na região central. Paralelamente, a Polícia Civil, que tem inquérito policial instaurado para apurar as causas do acidente, utiliza os técnicos do IC (Instituto de Criminalística) e recursos do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para elaboração do laudo.

O desabamento parcial do Edifício Senador, que tem a entrada principal pela Avenida Índico, provocou a morte de duas pessoas - Júlia Moraes, 3 anos, e Patrícia Alves Farias de Lima, 26, e seis ficaram feridas. Desde quarta-feira, o imóvel está interditado pela Defesa Civil por tempo indeterminado.

Ontem à tarde, durante cerimônia no Paço, o prefeito Luiz Marinho (PT) disse que apenas com o laudo pericial serão conhecidas as causas do acidente. "A partir disso, poderemos saber se a responsabilidade é do engenheiro que fez o laudo de segurança do edifício. Não acuso ninguém, mas não tenho como dizer o que ocorreu. Os bombeiros têm", afirmou.

Segundo o chefe do Executivo, no município já existe lei específica para conceder alvarás para obras. "O prazo de segurança para edifícios comercias é de um ano. São Paulo está adequando sua lei agora. Nós já temos isso", disse.

E Marinho fez um apelo à população: que ao tomar conhecimento de alguma intervenção nos prédios comerciais, seja denunciada. "Evidente que a Prefeitura tem de fiscalizar, mas o apoio do cidadão nesse sentido é bem-vindo".

O Falcão Bauer é a mesma empresa contratada pelo governo Marinho para fiscalizar as 14 escolas construídas pela H. Guedes Engenharia - entre as quais a creche do Parque Esmeralda onde morreu uma criança de 1 ano e dois meses de idade.

Ontem, integrantes da Defesa Civil da cidade começaram a vistoria no prédio, conforme o cronograma após o término da retirada do entulho pelo Corpo de Bombeiros. Mesmo interditado, ainda era permitido o acesso de funcionários e condôminos para retirada de pertences pessoais.

O biomédico José Fabrício Moraes, 37 anos, segue como o único ferido a permanecer internado, no Hospital São Bernardo. Com a clavícula quebrada e escoriações pelo corpo, sente dores e ainda não tem data prevista para receber alta médica.

Entidade oferece sede para atendimento aos médicos

Solidária à classe, a APM (Associação Paulista de Medicina) - regional São Bernardo e Diadema - iniciou a montagem de quatro consultórios e sala de recepção única aos profissionais que trabalhavam no Edifício Senador.

Das 74 salas comerciais, distribuídas em 14 andares e cobertura, a maioria abrigava consultórios médicos. Muitos deles localizados nas salas de final 4, que foram destruídas. O imóvel foi lacrado pela Defesa Civil, com aval da Polícia Civil, por tempo indeterminado.

Ontem, três médicos confirmaram a transferência dos consultórios, até então particulares, para a sede da APM (Rua Pedro Jacobucci, 400), instalada a cerca de 500 metros do prédio.

É uma forma emergencial que encontramos para nossos colegas médicos fazerem o atendimento, até que consigam reconstruir suas clínicas", afirmou o presidente da APM, o neurocirurgião Marcelo Ferraz de Campos.

A APM assinou termo de compromisso com a Secretaria de Saúde local, por seis meses, para instalação dos espaços - que devem ficar prontos na próxima semana. "O momento é difícil. Além da remuneração, muitos profissionais perderam desde arquivos nos computadores até os locais de atendimento", acrescentou Campos.

Os médicos precisam de autorização sanitária para funcionar, assim como toda unidade de Saúde. A Prefeitura viabilizará os alvarás de funcionamento provisório para que sejam emitidos de forma mais rápida.

No site do médico Robson Barbosa de Miranda, com o qual a enfermeira Patrícia Alves Farias de Lima trabalhava, ele comunica aos pacientes que providencia a mudança para novas instalações. E ressalta que todos os profissionais da equipe estão emocionalmente abalados, mas fisicamente bem. "Mesmo Patrícia que, com certeza, passou a existir em um plano muito superior".




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