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Nova empresa assume obra do CDP de Diadema
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
05/04/2005 | 14:55
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Trabalhadores alojados na obra do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Diadema dizem que a empreiteira Andrade Valladares é a nova empresa responsável para concluir a construção do centro prisional, interrompida em 3 de março e cuja entrega está atrasada há oito meses. O governo estadual havia prometido entregar o CDP em agosto de 2004.

A empreiteira concluiu, em meados do mês passado, duas unidades prisionais localizadas nas cidades de Tupi Paulista e Flórida Paulista, no Oeste do Estado. A assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes não confirmou a atuação da empreiteira em Diadema. As solicitações da reportagem não foram atendidas. Diretores da construtora também não foram localizados para comentar o assunto.

Além dos operários alojados no CDP, dois homens que se identificaram como seguranças da empreiteira confirmaram a participação da Andrade Valladares na obra. Mas, trabalhadores e seguranças não souberam dizer quando as obras serão reiniciadas.

Após quase dois anos desde o início da construção, somente 40% do prédio foi feito. Enquanto isso, a região convive com um déficit nos presídios de 1.132 vagas. Os detentos do Grande ABC estão abrigados nos CDPs de Santo André e de Mauá, e também nas cadeias públicas de Santo André e São Caetano, que ainda não foram desativadas.

O Estado rompeu contrato em 3 de março com a SP Master, que era responsável pela obra, alegando atrasos na construção. A empresa manifestou dificuldades climáticas e erros no projeto do CDP, feito por outra empresa contratada pela própria SP Master. A empresa impetrou recurso na SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) para reverter a decisão, mas não conseguiu.

Cento e vinte trabalhadores que eram da SP Master não sabem se serão reaproveitados pela nova construtora. A SP Master lhes deve R$ 200 mil em salários. Treze desses operários vivem alojados no terreno e esperam solução para o impasse. Segundo eles, a SP Master prometeu pagar parte das dívidas no próximo dia 12.

“Para sobreviver, temos de fazer vaquinha entre os companheiros, senão morremos de fome”, lamentou Leônidas de Souza, 46 anos, que trabalha na construção civil para sustentar a família que mora na cidade de Cícero Dantas, na Bahia.

“Eles me devem R$ 6 mil. Somos trabalhadores e merecemos respeito. Estamos esperando para ver como essa situação vai se resolver”, contou Edilson Joaquim Faria, 45 anos, que tem mulher e dois filhos em Santa Quitéria, no Ceará.

“As negociações com a SP Master foram interrompidas e não sabemos que empresa irá assumir o CDP”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Bernardo e Diadema, Valdemar Pires de Oliveira. Procurado pela reportagem, o diretor da SP Master, Jorge Lopes, disse que não poderia falar segunda-feira sobre o assunto.



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