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Credor critica proposta de compra da Varig
26/04/2006 | 00:03
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Credores da Varig criticaram terça-feira a nova proposta feita pela Varig Log para a compra da companhia aérea por US$ 400 milhões (o equivalente a R$ 840 milhões). O encontro foi com os principais credores. Ao fim da reunião, o executivo Lap Chan, representante do fundo Matlin Patterson, acionista da Varig Log, comentou que ainda não é possível antecipar o resultado da assembléia de credores do dia 2, que decidirá se a proposta será ou não aceita.

Chan comentou que o encontro foi com uma parte dos credores, enquanto a assembléia reunirá todos os representantes envolvidos no processo. Ele confirmou a informação de que a BR e a Infraero não compareceram à reunião, citando, em seguida, que o governo é o maior credor da companhia aérea. De forma geral, explicou que a proposta é abrangente e envolve as várias partes ligadas à empresa aérea, como trabalhadores, fundo de pensão e credores estatais e privados.

Críticas – Uma das principais críticas à proposta da Varig Log diz respeito ao fato de ela não incluir o pesado endividamento da Varig. Já os defensores da proposta dizem que a Varig continuaria voando, mantendo metade dos empregos.

O representante de um grande credor privado disse, ao fim da reunião, que a proposta não era ideal, basicamente porque não leva em conta o endividamento antigo da companhia. Chegou a comentar que a Varig era como um paciente na UTI, com aparelhos ligados. "Mas ninguém quer dar o remédio ou desligar o aparelho", comentou o executivo, citando que na própria reunião foi demonstrado que a empresa está em delicada situação e rodando "no osso".

Segundo a presidente do Sindicato de Aeroviários, Selma Balbino, a nova proposta não apresentou, na prática, muita diferença com relação à anterior. El citou, por exemplo, que os US$ 50 milhões previstos para a "Varig velha" pagar rescisões trabalhistas são insuficientes. Isso porque a Varig tem hoje 9,8 mil empregados e a proposta da Varig Log prevê a formação de uma nova empresa, com os ativos da Varig e 4,9 mil postos de trabalho.

Tensão – Participantes do encontro comentaram que houve pelo menos um momento tenso no encontro com credores, quando o representante de uma empresa de leasing criticou o atraso no pagamento de despesas correntes e indicou a intenção de retomar jatos da Varig. O comentário teria sido duramente retrucado pelo próprio representante da Varig Log, Lap Chan, que explicou que a Varig precisa das aeronaves para obter receitas. Dos 71 aviões, apenas 54 estão operando atualmente.

Dos R$ 840 milhões propostos pela Varig Log, R$ 630 milhões seriam usados em capital de giro do novo negócio, recuperação de aviões e pagamentos de despesas correntes recentes, como aluguéis de jatos.




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