Política Titulo VENCIMENTOS REAJUSTADOS
Baixo índice de renovação indica que atuais vereadores de Diadema receberão salários 49% maiores

Nas duas últimas eleições mais da metade da Câmara foi reeleita

Caio dos Reis
Especial para o Diário
20/07/2015 | 07:00
Compartilhar notícia


Vereadores de Diadema alegaram que não estavam legislando em causa própria quando aprovaram, por unanimidade, reajuste de 49% nos salários parlamentares a partir de 2017, mas o retrospecto político recente da cidade indica que boa parte dos legisladores tende a voltar à Câmara daqui dois anos e, assim, usufruir de vencimento de R$ 15.193,27 mensais.

Nas duas últimas eleições municipais – 2008 e 2012 –, mais da metade dos vereadores se reelegeu. Em 2008, 70% da legislatura anterior se mantiveram. Em 2012, o percentual foi de 60% – retornaram Célio Boi (PSB), José Antônio da Silva (PT), José Dourado (PSDB), Maninho (PT), Márcio da Farmácia (PV), Cida Ferreira (PMDB), Milton Capel (PV), Orlando Vitoriano (PT), Talabi Fahel (PR) e Vaguinho do Conselho (PSB). O número não inclui Josa Queiroz (PT), de primeiro mandato e que herdou espólio político do pai, Zé do Norte (PT).

“Só fica aqui quem tem competência. Ninguém aqui foi eleito porque é bonito, está aqui porque trabalha e quando não trabalha sai daqui com facilidade”, disse Dourado, presidente da Câmara e que colocou para votar, às pressas, projeto para aumento dos salários na quinta-feira. “Quem estiver na minha posição em 2017 (como chefe do Legislativo) terá de ter a responsabilidade de ver se é possível ou não (dar o aumento). Vai depender da situação econômica do momento”.

Os vencimentos dos parlamentares vão saltar de R$ 10.192,10 para R$ 15.193,27 e irão causar impacto anual de R$ 1,26 milhão às contas da Prefeitura. Lilian Cabrera (PT) disse que nenhum vereador está legislando em causa própria. “A gente não sabe quem vai voltar para a Câmara em 2017, vamos apenas pleitear sem a certeza de conseguir a reeleição.”

Ex-presidente do Legislativo, Maninho também defendeu o projeto e disse que existem leis que são aprovadas, porém, não são usadas. Maninho afirmou que quando era presidente foi aprovado o pagamento de 13º salário para parlamentares, mas a medida não foi aplicada para não prejudicar as contas.

O presidente da comissão de controle dos gastos públicos da OAB de Diadema Edivaldo Lubeck e o presidente do Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema), José Aparecido da Silva, o Neno, repudiaram a aprovação do documento. “Apesar de legal, a medida é imoral se levarmos em conta a atual situação financeira da cidade”, pontuou Lubeck. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;