As grandes empresas de rádio, televisão e jornais querem que a participação do capital estrangeiro no controle dos portais da internet fique restrita a 30%, conforme estabelece o Artigo 222 da Constituição Federal. O artigo restringe o controle da propriedade de empresas jornalísticas e de radiodifusão (som e imagem) a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos e a empresas com sede no País.

"As regras valem para todas as empresas jornalísticas, independentemente do meio pelo qual elas difundem suas informações", acredita o advogado Gustavo Binenbojn, consultor da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão). A mesma opinião tem Kalled Adib Antonio, da Abra (Associação Brasileira de Radiodifusores): "A Constituição tem que ser cumprida. O capital estrangeiro não pode ter portal na internet e TV a cabo", acrescentou.

A Abra e a Abert afirmam que a finalidade é a preservação da cultura nacional. Mas para o professor da UnB (Universidade de Brasília) Venício Artur de Lima, autor de 11 livros sobre comunicação de massa, a ideia tem a ver com os interesses financeiro e político da empresas.