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Eleição no PSB atinge campanha de Marina

Presidente nacional da sigla convocou reunião para trocar comando; candidato a vice-presidente admite mal-estar: ‘Atropelamento desnecessário’

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
25/09/2014 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Presidente nacional do PSB, Roberto Amaral convocou eleição para o comando do partido para segunda-feira, a seis dias do disputa presidencial, o que causou mal-estar interno, contaminando a campanha de Marina Silva (PSB) ao Palácio do Planalto.

O dirigente compareceu ontem à Casa de Portugal, em São Paulo, local onde foi feita atividade eleitoral da ex-senadora com sindicalistas, e evitou falar sobre o caso. Em contrapartida, o candidato a vice na chapa socialista, Beto Albuquerque (PSB) admitiu o estremecimento político. “É atropelamento desnecessário.”

Marina não entrou pela porta principal do espaço, localizado na Liberdade, se esquivando dos jornalistas e cancelou a coletiva de imprensa que estava marcada para o fim do evento. A ex-ministra do Meio Ambiente falou apenas no palanque e justificou gravação do programa de governo, que seria realizada no Rio de Janeiro. O papel de explicar sobre a saia justa ficou com Beto, que não poupou alfinetadas no correligionário. “(Proposta) É absolutamente desconectada da realidade do partido.”

O número dois da dobrada alegou que “essa convocatória não corresponde com a realidade do momento”. Para ele, o período atual é de “concentrar esforços” no pleito presidencial e nos vários Estados em que o PSB aparece como protagonista. “O apelo ao Roberto (Amaral) é para que adie essa reunião. Tem de estar concentrado no processo eleitoral e não em torno de seu umbigo”, criticou, ao citar que mesmo ocupando cargo de primeiro vice-presidente nacional da sigla não foi consultado antes da publicação do edital. “Acho isso compreensível.”

Dirigentes do partido ficaram surpresos pelo anúncio da reunião. Isso porque Amaral tem até dezembro, quando encerra o mandato da executiva, para agendar o encontro que vai escolher novos integrantes da cúpula socialista. A avaliação de lideranças é que não existe tempo para articular nomes para concorrer na eleição interna. Até agora, nenhuma chapa se inscreveu para entrar na disputa contra o atual mandatário.

No local ontem, Amaral se recusou a dar detalhes a respeito da decisão ao mencionar que não abriria discussão interna com jornalistas. Ex-ministro da Ciência e Tecnologia do governo Lula, o atual presidente relatou que só está seguindo roteiro estabelecido antes do acidente fatal que vitimou Eduardo Campos (PSB) – em 13 de agosto –, então presidente nacional do PSB.

Beto retrucou a declaração de Amaral ao argumentar que Eduardo “tinha legitimidade” dentro do processo para conduzir o calendário. “Infelizmente ele não está conosco. Portanto, a dinâmica do partido é outra. Ninguém pode invocar a agenda de Eduardo”, disse. Na sequência, contudo, Beto tentou minimizar a situação, considerando que o episódio “não atrapalha” a empreitada socialista.




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